quinta-feira, maio 29, 2014

COMO EVITAR A ROTINA

Essa é uma verdade incontestável. Mesmo com cara de desânimo, este pobre pai ensina ao filho as verdades da vida. É o que podemos chamar de 'pai consciente'.


  COMO ESCAPAR DA ROTINA
 
  Se o leitor tiver uma ideia ou sugestão, escreva para o Capeta, para o endereço blogdocapeta@uol.com.br. Por tudo que já vivi e aprendi, só existe uma maneira de evitar a rotina: não ter compromisso com nada, com ninguém – ou, traduzindo, seja um vagabundo; falo no sentido do substantivo masculino de ser “desocupado, ocioso, erradio, mundeiro”.
 
  Taí um ‘estado’ difícil de alcançar. É que, para isso, a pessoa não pode ter ‘rabo preso’ em nenhum sentido; o primeiro mandamento é ‘não trabalhar’; o segundo, ser solteiro; o terceiro, de preferência não ter filhos, mas, se os tiver, depois de uma certa idade não dê a mínima para eles – que só pensam em si próprios. Não estou sendo amargo, pode acreditar, apenas realista, que sabe como é a vida e nada me surpreende.

 

Há três tipos de vagabundo, dentro da definição que apontei acima; um é o morador de rua; outro é o milionário que não trabalha; o terceiro, da categoria a que pertenço, é o esperto – que não possui bens e vive bem, apesar disso. Entenda por ‘viver bem’ o caso de pessoa que está sempre contente e não deseja mudanças.


 
  Claro que nada é perfeito. Alguns aborrecimentos – que vou chamar de ‘pequenas contrariedades’ – são inevitáveis. Afinal, mesmo que raramente, o cara tem que lidar com outras pessoas – sejam estranhos ou conhecidos.
 
  É aí que a coisa pega. Nas pequenas situações. Se vai comprar algo em uma loja, o atendimento não é lá essas coisas; se vai fazer uma consulta, a pessoa não entende o que você quer – ou finge que não entende; no supermercado, após encarar uma enorme fila, chega finalmente a sua vez e... dá um problema (pode ser falta de papel) na registradora; se pega um táxi, o motorista geralmente é um imbecil que sempre tenta passar-lhe a perna.
 
  Algumas contrariedades ou problemas são causados por nossa insistência em querer que nossos instintos sejam modificados em nome da moral aceita. É o caso da fidelidade matrimonial; o ser humano não foi programado para ser fiel – exceto quando há grandes interesses em jogo.
  O problema é que, por teimosia ou ignorância, queremos ser diferentes do que somos. E nunca estamos conscientes de que, por um simples capricho do acaso, descobrimos com surpresa que não somos os melhores: há sempre alguém melhor. Principalmente em matéria de sexo. Não se iluda. Você nunca será bom o bastante para ter ‘prazo de validade’ ilimitado. Seu dia vai chegar. É o momento de considerar a traição como simples contrariedade.
 
 

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