quinta-feira, maio 29, 2014

QUANTO VALE UMA VIDA?





  QUANTO VALE UMA VIDA?
 
  Bem, conforme a voz do povo, “aí vareia”. Na verdade, fica impossível estabelecer ou definir um preço em moeda. A justiça, sempre alerta às nossas necessidades, costuma dar um valor maior quanto mais rica for a vítima. Parece incoerente? E é.
 
  Não é por isso que vamos culpar nossos juízes. Afinal, eles são fruto da nossa sociedade. E das nossas leis. É aí que a ‘porca torce o rabo’. Não devia ser, mas é. A legislação que rege e fiscaliza nosso comportamento é cheia de contradições, de escapismos, de saídas de emergência. As leis são confusas e ambíguas, e somente especialistas podem entendê-las – algumas vezes nem eles.
 
  Contratar um especialista em leis requer sorte. E dinheiro. Um bom advogado é geralmente muito caro; poucos podem pagar-lhes o preço cobrado, que por vezes atingem cifras inimagináveis. Um exemplo é o caso dos mensaleiros, que teriam recebido penas maiores não fossem seus caríssimos defensores. E seus amigos invisíveis.
  Não nos precipitemos em acusar nossos juristas. Nossos médicos e hospitais também funcionam na base da fama e prestígio. Maior fama, maior preço. Não chega a ser um escândalo, já estamos sabendo disso. O problema é a discrepância entre os preços cobrados pelos profissionais, que alcança mil ou 2000%. Parece muito? É muito.
 
  Tenho lido algumas notas que a imprensa publica sobre indenizações que são pagas, pelo mesmo delito cometido, com um abismo separando os valores. Fora a possibilidade de recursos intermináveis, que geralmente beneficiam quem pode pagar mais.
  Estava refletindo sobre os tais 2 bilhões de reais com que foram multados recentemente os planos de saúde. Se vierem a ser pagos, vão beneficiar a quem? Certamente não os que saíram prejudicados e reclamaram, dando origem às investigações. Vai para o bolso dos... Você sabe pra onde o dinheiro vai.
  Pense e responda: se fossem parar nas mãos de quem reclamou, resolveriam parte do problema? Quem teve uma cirurgia negada indevidamente por seu plano de saúde e morreu por isso? Parece-me mais do que justo que recebam a sua parte para ajudar a família a viver sem o que se foi, muitas vezes era quem daria o sustento necessário para a sobrevivência básica.
 
  Qual o motivo para o INSS recusar-se a pagar um tratamento que pode salvar a vida de um segurado? Eu sei, o preço – 100 ou 200 mil. É caro, mas, se tratar-se de um filho seu, é até pouco. Corrija-me se estiver errado.  
 

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