QUANTO VALE UMA VIDA?
Bem, conforme a voz do povo, “aí vareia”. Na
verdade, fica impossível estabelecer ou definir um preço em moeda. A justiça,
sempre alerta às nossas necessidades, costuma dar um valor maior quanto mais
rica for a vítima. Parece incoerente? E é.
Não é por isso que vamos culpar nossos juízes.
Afinal, eles são fruto da nossa sociedade. E das nossas leis. É aí que a ‘porca
torce o rabo’. Não devia ser, mas é. A legislação que rege e fiscaliza nosso
comportamento é cheia de contradições, de escapismos, de saídas de emergência. As
leis são confusas e ambíguas, e somente especialistas podem entendê-las –
algumas vezes nem eles.
Contratar um especialista em leis requer
sorte. E dinheiro. Um bom advogado é geralmente muito caro; poucos podem
pagar-lhes o preço cobrado, que por vezes atingem cifras inimagináveis. Um
exemplo é o caso dos mensaleiros, que teriam recebido penas maiores não fossem
seus caríssimos defensores. E seus amigos invisíveis.
Não nos precipitemos em acusar nossos
juristas. Nossos médicos e hospitais também funcionam na base da fama e
prestígio. Maior fama, maior preço. Não chega a ser um escândalo, já estamos
sabendo disso. O problema é a discrepância entre os preços cobrados pelos
profissionais, que alcança mil ou 2000%. Parece muito? É muito.
Tenho lido algumas notas que a imprensa
publica sobre indenizações que são pagas, pelo mesmo delito cometido, com um
abismo separando os valores. Fora a possibilidade de recursos intermináveis,
que geralmente beneficiam quem pode pagar mais.
Estava refletindo sobre os tais 2 bilhões de
reais com que foram multados recentemente os planos de saúde. Se vierem a ser
pagos, vão beneficiar a quem? Certamente não os que saíram prejudicados e
reclamaram, dando origem às investigações. Vai para o bolso dos... Você sabe
pra onde o dinheiro vai.
Pense e responda: se fossem parar nas mãos de
quem reclamou, resolveriam parte do problema? Quem teve uma cirurgia negada
indevidamente por seu plano de saúde e morreu por isso? Parece-me mais do que
justo que recebam a sua parte para ajudar a família a viver sem o que se
foi, muitas vezes era quem daria o sustento necessário para a sobrevivência
básica.
Qual o motivo para o INSS recusar-se a pagar
um tratamento que pode salvar a vida de um segurado? Eu sei, o preço – 100 ou
200 mil. É caro, mas, se tratar-se de um filho seu, é até pouco. Corrija-me se
estiver errado.
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