sábado, maio 17, 2014

200 MILHÕES DE CREDORES

O cara aí na foto ao lado é honesto. Pelo menos reconhece que deve. Parece alguém conhecido. Deve ser por causa da estrela vermelha e a barba. Ele me lembra alguém.


  CREDORES
 
  Há vários tipos de credores, nenhum inteiramente feliz. É porque até o dia do recebimento, tudo pode acontecer, principalmente ‘não’ receber. À medida que a data fatal vai chegando, o credor inicia seu calvário. Quer assumir compromissos com o dinheiro que vai, digo, deve entrar, mas a prudência recomenda “não contar com o ovo no uc da galinha”.
 
  Meu conselho é que o credor deve ficar alienado. Deixar para pensar no assunto apenas no dia do pagamento. Se o devedor for ‘pessoa física’, o risco é grande. Ninguém empresta dinheiro para desconhecidos, o que significa que você estará nas mãos de amigos ou parentes. Os primeiros não existem, e os da família são, melhor dizer, não são confiáveis. Deu para sentir no que você se meteu? Por esse motivo, recomendo que considere o empréstimo que fez como ‘doação’. Quando receber – se receber -, será como ganhar na loteria.
 
  Outro problema que envolve esses empréstimos pessoais é de caráter emocional: a gratidão, ou seja, a falta dela. Quando algo dá errado, o fdp é quem emprestou, nunca o pobre devedor. Como ele se atreve a exigir que você pague conforme o combinado? Então o pobre credor, sem perceber ou dar motivo, descobre que é um péssimo amigo, que não sabe ser tolerante.
 
  Quando a dívida decorre de transações comerciais entre empresas, o problema é o mesmo – tirando, é claro aquela parte da gratidão. Dói menos. Acabei de ler que os credores da OSX, do ex-bilionário Eike Batista, ouviram a promessa de que receberão tudo – em 25 anos. Quer dizer que, quando receber, você estará muito velho ou mesmo morto. Se receber.
  Os agiotas, que assumem o que são, é que estão certos: a garantia do empréstimo é a sua vida, ou as partes do seu ‘corpitcho’ que podem ser irremediavelmente quebradas – como pernas ou braços.
 
 
  Conclusão: emprestar dinheiro é o melhor caminho para o credor ficar pobre – ou mais pobre. Moral: todo credor é um asno.  

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