Ministro Ayres Brito - quanta falta nos faz. Conduziu o julgamento da ação penal 470 com autoridade e serenidade. Levou os réus à justa condenação.
A ENTREVISTA
Tentarei, de acordo com a minha visão sobre
os fatos, fazer algumas observações sobre a entrevista do presidente do STF,
Joaquim Barbosa, publicada no jornal O Globo. É dificílimo adotar uma postura
totalmente isenta, imparcial. Vamos levar em consideração que todos temos (se
não temos, deveríamos ter) ideias próprias sobre tudo que entendemos ou não. A
simpatia por algumas em detrimento de outras é normal e compreensível.
Não há quem seja contra o que os beneficie.
Imagino o rancor do ministro contra os que o discriminaram e ainda discriminam.
Ser negro fora do continente africano deve ser dureza. Minha admiração pelo
ministro chefe do supremo deve vir desse raciocínio. Ele venceu. Entretanto,
com toda minha boa vontade, tenho que discordar dele em muitas coisas.
Qualquer país de maioria branca não está
preparado para ser governado por um negro. Os Estados Unidos aceitaram Obama
por que o país estava afundando com o governo belicista dos republicanos.
Acho bom que ele não se candidate à
presidência. Poderia até ganhar a eleição, mas fracassaria no desempenho da
função. Sem política, não existe governo. Apesar da sua decantada cultura, o
ministro Joaquim fala mal, se expressa com dificuldade. Não é paciente. Não é
político. Apesar de falar melhor do que a Dilma, é tão irritadiço quanto ela.
Ele está certo ao reclamar de intromissão na
sua vida privada, que não tenho dúvida seja calcada na legalidade e na
decência. Um apartamentinho nos EUA está ao alcance dos seus salários e da sua
capacidade. Talvez seja mais barato que um do mesmo tamanho no Brasil.
Ele também se queixa da mídia subterrânea e
dos blogs anônimos, financiados por indivíduos e entidades suspeitas. Pode
contar com a honestidade do Blog do Capeta, capitaneado por mim – Roberto
Sisson. Só publico o que quero, e não sou financiado por ninguém.
Quanto às cotas para negros, eu sou contra.
Não as acho justas. Acredito que elas só agravam o conflito racial. Quem
escravizou os negros e os vendeu aos brancos, foram os próprios negros, que
também possuíam escravos. Não me comove a representação do papel de vítimas.
Com relação aos condenados do mensalão, acho
uma vergonha para o judiciário que eles ainda estejam em liberdade e atuando
fora da lei. Se o senhor não pode falar desse assunto, o que o senhor faz aí na
presidência do supremo? A sociedade exige uma posição. Omitir-se não é solução.
Em outros assuntos tratados na entrevista,
concordo com o ilustre ministro, do mesmo modo que concordo com as necessidades
do povo mencionadas pela presidente e por políticos de todos os matizes. Talvez
sua opinião seja honesta. A das autoridades políticas, certamente não o são.
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