O ministro Ayres Brito transmite a consciência tranquila, muita paz e segurança...
MENSALÃO I
Após os
votos dos ministros relator e revisor, monótonas e cansativas argumentações
divergentes, teve início os votos dos demais ministros. Infelizmente não pude
acompanhar o voto da ministra Rosa Weber, que, segundo os comentaristas, foi
sucinto, limpo e claro, com argumentação pertinente.
Quando pude
ligar a TV, o ministro Luiz Fux apresentava seus votos. Admito ter ficado
impressionado com a clareza da sua exposição, assim como o verdadeiro show de
oratória e conhecimento jurídico. Desconstruiu as teses das defesas, como se
fossem castelos de areia.
Em seguida,
o voto do ministro Toffoli, como já era esperado, favorável ao réu maior até o
momento, mostrou-se um voto muito aquém dos seus colegas, seja em argumentação,
seja em segurança. Não me pareceu estar no nível de conhecimento dos seus
pares. Neste momento em que escrevo, o ministro Toffoli continua lendo seus
votos.
O Capeta
cansou de ouvir e veio escrever. Fiquei enjoado.
MENSALÃO
II
Voltando à
TV, percebi que ainda não havia acabado a votação e quem falava era a ministra
Carmem Lúcia – cuja serenidade chamou minha atenção. Sem estrelismo, eu diria
que até com certa humildade, a oradora demonstrou sabedoria ao expor sua
argumentação. Adorei quando contrariou a explicação da defesa – que havia
interpretado o fato da esposa do réu João Paulo ter ido receber o dinheiro na
‘boca do caixa’ como sendo a coisa mais natural do mundo – e leu pareceres de
juristas mostrando que “muitas vezes o crime é cometido às claras exatamente
para esconder sua verdadeira natureza”. Mostrou com clareza a triangulação da
‘quadrilha’ no trato das movimentações financeiras e deve ter deixado muito
graúdo sem dormir esta noite.
MENSALÃO
III
O telespectador
mais atento deve ter percebido que o presidente do supremo, ministro Ayres
Brito, com sua tranquilidade e bom senso, conseguiu eliminar debates muito
acalorados e agilizou o processo da votação, deixando, para alegria geral, a
certeza de que o ministro Cezar Peluso votará, apesar das tentativas e manobras
em contrário.
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