A hipocrisia condena em nome da virtude. Uma pergunta ingênua derruba qualquer argumentação pobre de argumentos.
A CONVENIÊNCIA E A HIPOCRISIA
O
Capeta já falou, e agora repete: Ninguém é 100% honesto. Da mesma forma que o
nosso normal é mentir. Vamos considerar o exemplo da moral, cujas regras foram
elaboradas pelos homens, algumas transportadas para o terreno do divino, essa
coisa sobrenatural que tenta nos acorrentar a comportamentos que vão contra
nossa natureza.
Pureza não existe, o que existe é a
ignorância em graus diversos e conflitantes. Não vamos confundir regras de
convivência com regras morais. As primeiras são necessárias; as outras são
inventadas para beneficiar grupos de pessoas que lhes tiram proveito. Ambas são
desrespeitadas por todos, sem exceção.
Amizade é outra ‘qualidade’ que tiramos do
fundo da cartola. Toda amizade é interesseira. Somos amigos quando nos é
conveniente. Quem dita as ordens é o interesse. A luta pela sobrevivência, essa
sim, é a única que norteia nosso comportamento. Nem as mães são sinceras – seu
objetivo maior é sua própria satisfação e a animalesca perpetuação dos seus
genes. Mães tentam alcançar seu bem estar através dos filhos, principalmente
quando foram muito frustradas no decorrer da vida.
As regras de civilidade não foram feitas
para serem quebradas, e sim questionadas. Cada ser tem sua moral pessoal e
intransferível. Talvez por isso estejamos sempre a postos para condenar os
outros. No entanto, adaptamo-nos a qualquer novidade que nos traga alguma
vantagem ou prazer. O ex-presidente Richard Nixon, que renunciou por ter-se
negado a seguir regras, disse que “quando presidente faz algo, aquilo deixa de
ser ilegal”. Se o Lula não fosse alérgico aos livros, eu poderia jurar que ele
leu isso em algum lugar – e acreditou.
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