quinta-feira, agosto 30, 2012

SOMOS TODOS IDIOTAS?


A diferença entre os profetas é que uns são simples vigaristas, enquanto outros, seguem sua (deles) intuição e acreditam realmente que podem prever o futuro. Até ontem, nenhum soube dizer se o Zé Dirceu vai para a cadeia. À medida que o julgamento vai delineando uma convicção, logo vai aparecer um jogador de búzios para dizer o provável. 



     PROFETAS: MAGOS OU VIGARISTAS?
    Já fui contagiado por algumas manias ditas ‘místicas’. A astrologia foi derrotada pela sua complexidade e meu desinteresse por fenômenos da astronomia; nunca fiquei convencido sobre as características dos signos, onde percebia atributos de vários signos na minha própria personalidade. Acho desnecessário discorrer sobre horóscopos, individuais ou coletivos, por reconhecer que os conselhos e alertas neles contidos servem para qualquer pessoa, com qualquer data de nascimento.
 
    Outra mania que tive, em época distinta, foi seguir os cálculos do biorritmo, por me parecer possuir uma lógica. Essa fase foi mais curta, não por uma total falta de crença, mas por perceber que nos dias menos favoráveis eu nem queria sair de casa. Não pude permitir a progressão de algo que me causasse tanta dependência.
 
    Finalmente, fui apresentado à numerologia, que logo me encantou. Era quase uma ciência exata, e não exigia cálculos complexos. Essa eu levei tão a sério que comprei diversos livros sobre o assunto, cada um focado num aspecto do estudo. Eu já podia ser considerado um numerólogo amador, e, por brincadeira séria, testei meus conhecimentos em reuniões sociais com muito sucesso e até pedidos para consultas – coisa que nunca fiz. Mas descobri que muitas ‘previsões numerológicas’ baseavam-se em vidas passadas e espíritos, uma mistura que eu não podia aceitar, visto que sou ateu convicto. Aliás, em alguns pontos, há um entrelaçamento entre astrologia e numerologia. Em certos momentos, envolvia até mesmo religiosidade, assunto sobre o qual tenho convicção formada: Não creio em nenhuma religião.
 
    Mesmo estando ‘fora do circuito’ há muitos anos, não esqueci tudo que aprendi. Lembro algumas coisas simples, como a influência de alguns números em acontecimentos da vida. Foi o que chamou minha atenção ao ouvir repetidamente o número 470, que identifica o julgamento do mensalão. Somando 7+4+0, obtemos 11, que é, segundo os numerólogos, um número “mestre”, com tratamento diferenciado. O número mestre, numa linguagem simples, representa projeção. Coincidência? Pode ser.  

     

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