PROFETAS:
MAGOS OU VIGARISTAS?
Já fui contagiado por algumas manias ditas
‘místicas’. A astrologia foi derrotada pela sua complexidade e meu desinteresse
por fenômenos da astronomia; nunca fiquei convencido sobre as características
dos signos, onde percebia atributos de vários signos na minha própria
personalidade. Acho desnecessário discorrer sobre horóscopos, individuais ou
coletivos, por reconhecer que os conselhos e alertas neles contidos servem para
qualquer pessoa, com qualquer data de nascimento.
Outra mania que tive, em época distinta,
foi seguir os cálculos do biorritmo, por me parecer possuir uma lógica. Essa
fase foi mais curta, não por uma total falta de crença, mas por perceber que
nos dias menos favoráveis eu nem queria sair de casa. Não pude permitir a
progressão de algo que me causasse tanta dependência.
Finalmente, fui apresentado à numerologia,
que logo me encantou. Era quase uma ciência exata, e não exigia cálculos
complexos. Essa eu levei tão a sério que comprei diversos livros sobre o
assunto, cada um focado num aspecto do estudo. Eu já podia ser considerado um
numerólogo amador, e, por brincadeira séria, testei meus conhecimentos em
reuniões sociais com muito sucesso e até pedidos para consultas – coisa que
nunca fiz. Mas descobri que muitas ‘previsões numerológicas’ baseavam-se em
vidas passadas e espíritos, uma mistura que eu não podia aceitar, visto que sou
ateu convicto. Aliás, em alguns pontos, há um entrelaçamento entre astrologia e
numerologia. Em certos momentos, envolvia até mesmo religiosidade, assunto
sobre o qual tenho convicção formada: Não creio em nenhuma religião.
Mesmo estando ‘fora do circuito’ há muitos
anos, não esqueci tudo que aprendi. Lembro algumas coisas simples, como a
influência de alguns números em acontecimentos da vida. Foi o que chamou minha
atenção ao ouvir repetidamente o número 470, que identifica o julgamento do
mensalão. Somando 7+4+0, obtemos 11, que é, segundo os numerólogos, um número
“mestre”, com tratamento diferenciado. O número mestre, numa linguagem simples,
representa projeção. Coincidência? Pode ser.
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