A MÃO QUE ACARICIA
A mão que acaricia é a mesma que apedreja.
Isso é o que acontece em tudo da vida. Na política ou no amor, nos negócios, só
ferimos quem já desempenhou um papel importante na nossa vida. Disso não há
como escapar; nem se contabiliza exceção alguma.
Lembro de um casal amigo, gente muito boa,
que sempre elogiava as qualidades da nora querida. Até ela e o filho do casal
decidirem se separar; daí em diante, divórcio consumado, foi dito aos amigos
que a moça era egoísta, não era boa esposa, essas coisas vagas que dizem tudo
sem nada explicar.
Se eu fosse político, nunca, nunca mesmo,
tentaria fazer meu sucessor se isso me fosse possível. Não por ele, mas por mim
mesmo. Quem faz seu sucessor geralmente acredita que ainda governa. Quando o
afilhado tem vontade própria e personalidade forte, não resta outro caminho que
não seja o surgimento de uma nova inimizade. Aliás, a frese “quanto custa um
deputado?” não é piada; todos têm seu preço e só nos vendemos quando o lance
certo é ofertado. Dilma aceita fazer o que o Lula manda por não passar de um
‘poste’. Um poste sem lâmpada, sem brilho próprio.
Acho engraçado o tempo que pode levar para
que uma pessoa conheça outra, mesmo que vivam juntos por muitos anos. O Capeta
não acha tão difícil descobrir como cada um é. Questão de simples observação,
prática que, por vaidade, teimamos em não adotar. Como assim, por vaidade?, o
leitor pode perguntar. É que para os seres humanos é muito doloroso reconhecer
que fez a escolha errada, dizer para si próprio e para os amigos que ‘dormiu no
ponto’. Que devia ter sido mais atento. Que o sexo embotou o raciocínio lógico.
A própria culpa é algo que os humanos odeiam e repudiam.
Finalmente, a mais comum das desavenças é
causada pelo o dinheiro. Ele consegue calar ou fazer uma pessoa falar o que
sabe e o que não sabe. Nenhum ódio é maior do que o resultante de nos sentirmos
passados para trás em relação ao vil metal.
Não devia ser assim, mas é. E tem uma explicação para isso: a certeza
que podemos comprar a felicidade. A diferença é que as pessoas se vendem, mas a
felicidade não tem preço. Isso não é romantismo ou poesia, é a realidade que
você, ser tiver sorte, vai descobrir um dia. Ou não.
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