Uma poltrona não é apenas uma poltrona. Por trás dela há um trabalho de design que a diferencia das outras. Sem falar que cada uma tem sua finalidade que não é apenas sentar. Na arquitetura, um projeto pode significar a diferença entre um cômodo ser agradavelmente habitável ou não. Muitas vezes um projeto significa economia e funcionalidade para o cliente.
SOBRE ARQUITETOS
Sou leitor assíduo do Walcyr Carrasco, que
escreve aos domingos uma crônica na revista Época. Leio por que gosto, mas isso
não quer dizer que concorde com tudo o que ele diz. A começar pela foto do
autor, no alto da página, em que aparece com um sorriso aparvalhado, próprio de
bibas velhotas.
O referido senhor não entende de
arquitetura nem de arquitetos, e fala muita bobagem sobre os profissionais da
área. Para começar, ele mostrou ser preconceituoso, comportamento que
homossexuais deveriam evitar. Ele admite que “pegou cisma com arquitetos” e
gaba-se de ter demitido o último. Também reconhece que reformar imóveis tem
sido uma constante em sua vida, o que pode indicar que ele é um arquiteto
frustrado.
Pra começo de conversa, quando você
contrata um profissional deveria fazer um contrato especificando o que deseja e
até onde pode ir, determinando valores e prazos, e quem faz o que. Se o
arquiteto vai ter que sair para escolher os móveis – coisa que demanda tempo -,
é justo que ele cobre pelo serviço, direta ou indiretamente.
Outro detalhe é que você não sabe o que é
conflito de interesses, Walcyr. Nem todas as lojas pagam comissão aos
arquitetos. É comum que grupos de lojas se unam e contem pontos por mercadorias
adquiridas em algumas delas; nesses casos, premiam os arquitetos que fizeram
mais pontos com prêmios como viagens, computadores, essas coisas. O mesmo
expediente é utilizado por laboratórios farmacêuticos que oferecem ‘prêmios’
aos médicos que receitam seus produtos, óticas que pagam comissões a médicos
que indicam suas lojas – geralmente alegando que só confiam nessas.
Um arquiteto pode, constando no contrato,
desenhar um móvel a ser feito numa marcenaria. Nesse caso, há dois caminhos: ou
você escolhe o seu marceneiro e se vira com ele, ou pede ao arquiteto para
tratar do assunto. É claro que cada opção escolhida tem seu custo. Se o
arquiteto contratado tiver que acompanhar a qualidade e o prazo da ‘obra’, pode
até (não é sempre) sair um pouco mais caro, mas toda a responsabilidade cai
sobre os ombros dele. Você não se aborrece nem perde tempo.
Chamar de propina é pegar pesado, senhor
Walcyr. O senhor parece mesmo um carrasco que quer executar alguém. Pior é o
mercado em que o senhor atua, quando a ‘propina’ não é dinheiro, mas propina
moral. Quando for falar mal de um arquiteto, pense duas vezes antes.
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