quarta-feira, outubro 17, 2012

CULTURA TUPINIQUIM

NA HORA DE DEITAR PARA DORMIR...



            PAÍS DE LADRÕES

     Todas as minhas teorias sobre o comportamento humano estão provadas pela prática. Cada povo recebe uma classificação de acordo com suas pronunciadas características. O Brasil é um país de ladrões, e parece conformado com seu destino histórico. Aqui todo mundo rouba, uns mais, outros menos. Os produtos preferidos? Tudo é roubável, inclusive pensamentos e ideias. Os hospitais roubam e são roubados, remédios para os pobres idem, bancos, celulares, tênis, músicas, computadores, escolas, enfim, nada escapa aos amigos do alheio. O Capeta acha que a única coisa que não se rouba por aqui são esposas, produto que os próprios maridos gostariam que fosse afanado.

 

 

      O SHAKESPEARE BRASILEIRO

     Assistindo Gabriela pela TV, comecei a pensar na sequência dos acontecimentos que encerram os capítulos da deliciosa e realística trama do Jorge Amado. Concluí que tanto Shakespeare quanto Nelson Rodrigues escreveriam a cena do flagra na hora da fuga do convento da seguinte maneira: O coronel Justino atiraria no namorado raptor e acertaria a própria neta; seguir-se-ia um tiroteio onde vários tombariam, inclusive a freira ‘dedo-duro’; feridos de morte, a netinha e o vovô se abraçariam e pediriam perdão um ao outro e morreriam; Mundinho, o sequestrador, ficaria imóvel olhando para o vazio e uma lágrima escorreria pelo seu rosto; depois disso, ele seria eleito intendente e proibiria que namoros fossem proibidos.
     O que estou querendo dizer é que tanto faz ler Shakespeare ou Nelson Rodrigues. Os finais são previsíveis.

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