sábado, abril 05, 2014

TORTURA E PÉ DE PATO

Apesar do espaço desta cela, e do conforto da televisão, os policiais é que escolhem os programas que os presos podem assistir. A velha tortura nunca será abolida. Trate de não ir para a prisão, viu?



  JOINT VENTURE
 
  É possível que o Capeta cause a impressão, algumas vezes e em especial para leitores eventuais, que sou favorável à tortura praticada durante a ditadura militar iniciada em 1964. Essa ideia, garanto, é equivocada. Apenas digo e repito que sou contra a revisão da lei da anistia, para que o país viva em paz, sem revanchismos, especialmente contra velhos que hoje estão com 80 anos.
 
  Cristo, pelo menos a frase é a Ele atribuída, disse para “dar à César o que é de Cesar”, no episódio em que foi provocado a incitar a revolução contra os romanos. Com essas palavras simples, apenas quis dizer que uma guerra não era o caminho a ser seguido pelo Seu povo. É com esse pensamento que eu concordo. O que foi feito, jamais será mudado.
 
  Não gosto das ditaduras, mas também não gosto de muitas democracias, especialmente a nossa. Nada muda, por ser conveniente às elites que nos governam – uma ‘Joint Venture’ acordada entre o PT e os muito ricos – que são representados pelos banqueiros e os donos de multinacionais, esses mesmos poderosos milionários que apoiaram, sem restrições, o golpe de 64.
 

   Na nossa ‘democracia’, nunca deixamos de torturar e matar. Em qualquer delegacia de polícia, de qualquer esquina ou rua de qualquer cidade, a tortura está presente.
  Eu próprio possuía uma ‘garçoniere’ perto de uma delegacia, onde por vezes nem conseguia manter a ereção, tantos eram os gritos dos pobres presos. A única diferença real era que, naquele tempo, não se tratava de presos políticos. Mas eram gente.
 
  Continuo com a ideia fixa de que nada vai adiantar julgar e prender os torturadores de 80 anos. É importante que nossa juventude saiba o que se passou, assim como é importante que saiba o que acontece hoje.
  Mas tem uma coisa: jamais perdoarei os militares por terem deixado a “Wanda”, entre tantos que não tiveram a mesma sorte, escapar incólume. Ela já devia ser, à época, mais perigosa que o Herzog. 
 

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