JOINT VENTURE
É possível que o Capeta cause a impressão,
algumas vezes e em especial para leitores eventuais, que sou favorável à
tortura praticada durante a ditadura militar iniciada em 1964. Essa ideia,
garanto, é equivocada. Apenas digo e repito que sou contra a revisão da lei da
anistia, para que o país viva em paz, sem revanchismos, especialmente contra
velhos que hoje estão com 80 anos.
Cristo, pelo menos a frase é a Ele atribuída,
disse para “dar à César o que é de Cesar”, no episódio em que foi provocado a
incitar a revolução contra os romanos. Com essas palavras simples, apenas quis
dizer que uma guerra não era o caminho a ser seguido pelo Seu povo. É com esse
pensamento que eu concordo. O que foi feito, jamais será mudado.
Não gosto das ditaduras, mas também não gosto
de muitas democracias, especialmente a nossa. Nada muda, por ser conveniente às
elites que nos governam – uma ‘Joint Venture’ acordada entre o PT e os muito
ricos – que são representados pelos banqueiros e os donos de multinacionais,
esses mesmos poderosos milionários que apoiaram, sem restrições, o golpe de 64.
Na
nossa ‘democracia’, nunca deixamos de torturar e matar. Em qualquer delegacia
de polícia, de qualquer esquina ou rua de qualquer cidade, a tortura está
presente.
Eu próprio possuía uma ‘garçoniere’ perto de
uma delegacia, onde por vezes nem conseguia manter a ereção, tantos eram os
gritos dos pobres presos. A única diferença real era que, naquele tempo, não se
tratava de presos políticos. Mas eram gente.
Continuo com a ideia fixa de que nada vai
adiantar julgar e prender os torturadores de 80 anos. É importante que nossa
juventude saiba o que se passou, assim como é importante que saiba o que
acontece hoje.
Mas tem uma coisa: jamais perdoarei os
militares por terem deixado a “Wanda”, entre tantos que não tiveram a mesma
sorte, escapar incólume. Ela já devia ser, à época, mais perigosa que o Herzog.
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