EXPLICANDO O QUE É FILOSOFIA
- A humanidade não presta! Aliás, nunca
prestou. Mas têm que funcionar assim, para ter alguma graça.
- Não sei se concordo com isso. Conheço
muita gente que presta.
- Que você ‘pensa’ que presta! Mas nunca
conhecemos alguém inteiramente.
- Nem nossos filhos?
- Muito menos esses adoráveis interesseiros,
egoístas, exploradores.
- Poxa! Isso tudo é decepção?
- Nananinanão! Bem, já foi um pouco, mas era
um tempo em que eu desconhecia o comportamento humano. Depois de sofrer muito,
aprendi que a vida é assim mesmo.
- Assim mesmo como?
- É que fomos mal projetados, cheios de
defeitos.
- Projetados por quem? Você não é Ateu?!
- Maneira de falar. Quero dizer que ainda não
evoluímos quase nada. Isso leva bilhões de anos.
- Como sabe disso?
- O Darwin; ele me ensinou. O conhecimento é
transmitido lentamente, e pequeninas mudanças levam milhares de anos para
ocorrer.
- Hummm, não sei se concordo! Me dá um
exemplo.
- A história, desde quando temos notícia, mostra
os homens se dentendendo, guerreando por ganância e poder. Isso não mudou nada.
- E o amor entre as pessoas? Esse mudou.
Antigamente os casais eram formados na base do ‘negócio’. Hoje escolhemos,
creio que por amor.
- Engano seu! O casamento continua sendo um
negócio. A diferença está na maneira de negociar. Atualmente disfarçamos, para
parecer mais bonito.
- Você não acredita no amor?
- Se ele existisse, não acabaria com tanta
facilidade. O amor é uma utopia, e, como tal, inalcançável. Somos humanos
demais para amar. Nosso esporte favorito é a ‘traição’. Somos traidores por característica
de raça. Uma pessoa pode passar uma vida sem trair, até que lhe seja
conveniente, motivada por conseguir algo que deseja. Uns traem mais, outros
menos, mas todo mundo trai algum dia.
- Não sei se concordo. É muita coisa nova
pra pensar.
- Você
não precisa concordar. Mas é sempre bom pensar no assunto. Funciona como uma
discussão com sua mulher. Sabe quando os dois ficam zangados? É porque numa
discussão não há tempo para refletirmos. Falamos o que nos vem à cabeça.
- E se fossemos mais evoluídos e
‘programados’ para pensar e refletir usando o bom senso?
- Nesse caso, haveria um mundo diferente. Pra
início de conversa, aquela discussão com a mulher de que falei antes, nunca
aconteceria.
- Por que não?
- Com um mínimo de reflexão, ninguém casaria!
Ninguém poderia falar “minha mulher” ou “meu marido”.
- E os filhos? Se ninguém é de ninguém, nunca
saberíamos quem são seus papais; Seríamos apenas ‘filhos da mãe’.
- E não é o que os ‘outros’ são?
- Agora deu um nó na minha cabeça! Preciso
pensar sobre tudo isso.
- Agora é tarde! Se pensar depois do mal
feito, vai bater desespero e arrependimento. Melhor morrer na ignorância e
pensar que fizemos o melhor.
- Mas que conversa doida essa nossa. Nem
lembro como começou.
- Essa conversa tem nome: chama-se filosofia.
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