sábado, abril 19, 2014

O MEDO SÓ ATRAPALHA

Esse cara está com medo. Pode ser que seja da mulher, da sogra, ou das duas. Quem tem medo jamais conhecerá a verdadeira liberdade.



  MEDO E RECEIO
 
  Medo e receio são quase sinônimos, mas os considero duas coisas distintas. Para mim, medo é um receio que angustia, que apavora, que nos inquieta, que nos faz suar frio. Receio é o que nos obriga a dirigir um carro sem correr muito para evitar acidente, que nos faz atravessar na faixa para não sermos atropelados; receio é o que nos torna prudentes, que nos faz evitar o perigo.
  O medo pode ser ou virar uma doença. Receio não afeta nossa saúde; o receio nos recomenda sermos cuidadosos, mas não causa estresse.
 
  O receio, quando elevado a níveis exagerados, é o próprio medo. É como não perceber que existe diferença em probabilidade e possibilidade. Se você for funcionário de alguma empresa, sempre há a possibilidade de ser mandado embora; por isso é que trabalhar com responsabilidade, com honestidade, ser competente, são cuidados que você deve tomar para que a possibilidade não se transforme em probabilidade.
 
 
 
  Todos nós temos receio de muitas coisas, o que não quer dizer que vamos viver com pavor de que essas coisas ocorram. A pobre girafa na foto acima tem um medo que virou pavor. Não seja como ela.
  Eu não tenho medo da polícia, mas não me sinto confortável quando há alguma confusão ou tumulto e o local fica repleto de policiais. É que eu não confio neles. Eu os associo à violência, à brutalidade. Mas isso não é medo, que pode nos levar ao pânico, às fobias.
 
  Entretanto, o medo da morte é um sentimento que a maioria das pessoas tem. Viver com medo de morrer é um contra senso. Ou você acha que nunca vai morrer? Costumo dizer que ter medo da morte é justamente o que impede que sejamos livres. O medo escraviza, determina como devemos levar a vida. O medo é, em geral, o nosso ‘senhor’.
 
  O receio é pai da prudência. Ter medo é morrer em vida. Há pessoas que têm medo de tudo. Eu não tenho medo de nada, muito menos da morte. Bem, nem sempre fui assim. Acredite: não falo da boca para fora. Sou o cara que acredita na sorte, no azar, no imprevisível, no imponderável. Mas não sou fatalista. Essas coisas fazem parte da vida. Só quando perdi todos os meus medos é que pude compreender a liberdade, a sua essência.
  Não tenho ambições, tenho desejos dos quais não dependo. Gosto de rir e sinto prazer em coisas que jamais imaginei. Não tenho a receita do bolo. Cheguei a esse estado naturalmente – foi uma evolução para melhor que começou no tempo em que eu queria acabar com minha vida. Não quero mais, o que não significa que viver seja uma fixação que me apavora só em pensar que um dia vou morrer.
 

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