sexta-feira, março 09, 2012

RUTH DE AQUINO


   Sou (ou fui) admirador da jornalista Ruth de Aquino. É uma excelente cronista e uma boa moça – ou moça boa, como você preferir. Aprecio seus textos e tento descobrir alguma coisa errada neles. É minha obrigação, pois que sou o Capetinha mais novo da família e preciso mostrar serviço.
   O artigo publicado na revista Época, n°713, recebeu o título de “Preconceito no Armário”. Equivocadamente, pensei tratar-se de um texto sobre o “Ricardão”. Por causa do armário, sabe? Mas logo lembrei que hoje em dia há sempre algum outro motivo para alguém entrar no armário.
   Logo no início, ela afirma que “O preconceito fica guardado nas gavetas das coisas ditas e ouvidas, em casa, na escola, no trabalho. Escondemos por vergonha” – ela completa. Diz também que “nos recusamos a reconhecer que ele existe”. Eu discordo. Ela pode até ter alguma razão, mas não devia generalizar.
   Pra começo de conversa, todos nós, sem exceção, temos algum preconceito – basta ver o significado da palavra no dicionário. Em segundo lugar, há muita gente que esconde seus preconceitos, não por vergonha, como diz nossa prezada Ruth, mas por causa do radicalismo de patrulheiros como ela, que estão sempre de plantão, procurando um motivo para acusar alguém.
   Quanto ao autódromo que Ruth freqüentou na “Fórmula 1”, os fiscais estavam lá para fiscalizar – eu penso. E fiscalizavam alguém de quem suspeitassem – no caso, elazinha. A moça se ofendeu por que achou que estava sendo confundida com alguma “Maria Gasolina da vida”. Quanto preconceito. Ao escrever isso, nossa colunista mostrou que ela não aparentava ser uma “dessas”. Bem, para provar que não era foi-lhe dada uma credencial. Credenciais são distribuídas para serem mostradas. Ou não?
   Como a jornalista está “careca” de saber, o comportamento social tem sofrido transformações mais depressa que a maioria das mentes consegue acompanhar. Nem todos atingiram o ‘grau’ de liberalidade da brilhante cronista. Achei muita maldade dela, citar, na sua coluna dominical, o ator Marcelo Serrado. Isso é que eu chamo de – em bom brasileiro – “sacanagem”. A isso eu chamo de imprensa irresponsável. Pôs um batalhão de fãs contra um bom ator, uma pessoa do bem, apenas por distorcer as intenções do rapaz – com que objetivo, mesmo?

   Como leitor, estou decepcionado.

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