segunda-feira, março 26, 2012

O CAPETA POR ELE MESMO


   INCONFIDÊNCIAS DO CAPETA primeira parte


    QUEM SOU
   Eu sou uma invenção dos homens, assim como Deus Só existo por que Ele existe. De alguma forma estamos atrelados um ao outro. Quero deixar claro que não estou me queixando - afinal, exceto pela burrice humana, viver é até divertido. Tornei minha ‘casa’ um lugar bastante agradável, onde as pessoas adoram estar. Bem diferente da Dele, onde as regras são muito rígidas. Meus hóspedes são mais interessantes, e riem o tempo todo.

   MINHA CASA
   Em 2011, o Céu teve uma ocupação menor do que 60%. Aqui, somos exigentes ao permitir a entrada de alguém. Elisa Samúdio está morando aqui, enquanto o Bruno vai para o Céu. Deu pra perceber a diferença? Assim mesmo, somos obrigados a distribuir senhas, como faz o INSS - com os doentes e velhinhos. Quem aguarda aposentos em nossa casa, no entanto, aguarda de maneira confortável, tomando drinques, assistindo bons filmes, ou, se preferir, distrai-se com pessoas bonitas e divertidas. Tudo no ar-condicionado. Nossas recepcionistas são de causar inveja ao pessoal lá de cima.

   NOSSA ORGANIZAÇÃO
   Temos uma central de boatos que é melhor que o FBI e a CIA, juntos. Nossa contra-espionagem detecta anjos bisbilhoteiros a milhares de anos luz. Temos uma administração moderna, e quando o país é muito ruim, não expomos nossos familiares ao sofrimento. Para tanto, organizamos um sistema de franquias – só para lugares como o continente africano, Cuba, Líbia, Israel, Índia, China, Rússia Siberiana, Haiti, e quase todos os países árabes. Ufa, quase esqueci a Venezuela e a Bolívia. Nesses lugares, a família não vai. Apenas recebe relatórios e faz avaliações.

   OS HÓSPEDES
   No Céu, entram os piores elementos que afirmam ter-se arrependido, sempre no último segundo. Nossos critérios são outros. Só para dar uma idéia, Brigite Bardot e o Jorginho Guinle moram em palácios, pois souberam gozar a vida. Os Kennedy possuem uma vila grande e requintada, onde a luxúria é o ponto alto. Paul Getty, o milionário avarento, foi recusado pelo nosso pai. Muito triste, teve que gastar um pouco para comprar entrada na casa de Deus. Pagou caro, pois os corruptos estão todos trabalhando na portaria de lá – ou então compram nas mãos de cambistas treinados nas portas dos estádios brasileiros.

   Continua quando eu tiver vontade.

  

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