sábado, março 03, 2012

O DIREITO DE GOSTAR


   Não é fácil escrever sobre racismo. Trata-se de um tema que cada indivíduo entende de modo distinto.  Já ouvi que o racismo norte americano é diferente do brasileiro. Também ouvi que racismo é racismo e tudo é a mesma coisa, tanto lá como cá.
   Todo ser humano evita muita proximidade com seus dessemelhantes. Em geral, temos empatia por quem é “igual” a nós. Ainda que as emoções humanas sejam as mesmas nos quatro cantos do planeta, há grandes diferenças no modo de reagir e sentir. Um judeu sente amor como um não judeu, mas não aceita pacificamente casamentos entre seus filhos e seguidores de outras crenças. Os motivos? Podem ser genéticos, históricos, de ordem moral, ou qualquer outro. Eles estão certos ou isso é racismo? Acho que eles estão certos, que não é racismo. É um direito deles.  
   Não sei se o Brasil deve tantas desculpas aos escravos. Na antiguidade, quase todos os povos tinham escravos, de todas as raças. Fora o dado histórico já comprovado que os escravos africanos vendidos aos navios negreiros eram prisioneiros de tribos “inimigas”. Eles próprios vendiam seus semelhantes.
   O que pretendo é defender o direito de qualquer um gostar ou não de determinadas raças diferentes, sem entrar no mérito de serem melhores ou piores. Tive amigo italiano que nada tinha a ver com o Mussolini e cuja família foi hostilizada pelo fato de serem italianos. Isso aconteceu no Brasil, e qualquer alemão ou japonês que viveu aqui durante a segunda guerra sabe do que estou falando. A diferença está na atitude de cada um. Simplesmente evitar é diferente de hostilizar; hostilizar é crime; evitar é um direito.

Um comentário: