O EXEMPLO DO RUI
Saber dizer
‘não posso’, ‘não quero’, ou qualquer outro tipo de “não” requer habilidade e
sabedoria que, diga-se, pouca gente possui. Ser sincero e falar ‘não faço’ para
alguém é perigoso – pode magoar. Mas não devemos ter medo de usar a palavra ‘não’.
Meu amigo Rui nunca dizia ‘não’ de início; sua técnica consistia em aceitar
qualquer convite e, dias antes, ligava consternado para dizer que não poderia
comparecer – sempre tendo como álibi um bom motivo. Todos adoravam o Rui, cuja
especialidade era ser gentil.
Se falar
logo ‘de cara’ um não pode magoar, geralmente é melhor do que enrolar. Ninguém
tolera ser cozinhado em banho Maria. Dizer que sim e, lentamente ir dificultando
as coisas através do uso do “se” ou “depende de” é tortura chinesa. Isso é como
continuar dando esperança – sabendo de antemão que não vai dar. Em bom
brasileiro, essa atitude tem um nome: sacanagem.
Outra ‘técnica’
equivocada é ficar de dar uma resposta até tal dia, e ir postergando o tal dia.
Esse método falha com muita freqüência – até por que parte do pressuposto que a
outra pessoa não tem inteligência, não vai perceber o golpe. Subestimar amigos
ou adversários é acreditar que uma faísca não pode causar um incêndio. Há
maneiras mais delicadas e educadas de dizer não sem magoar. Use a cabeça.
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