sexta-feira, março 30, 2012

APRENDA A SONEGAR


  NÃO PAGUE IMPOSTO
                                                                                          
   Ainda bem que ‘pensar não paga imposto’. Graças a essa isenção (por descuido do governo, claro), os brasileiros ficaram conhecidos pela criatividade. Pensar não custa nada, mas cuidado com as idéias; tê-las, não prejudica; perigoso é tentar materializá-las.
   Você bolou uma cantada perfeita para ganhar a gata que perturba o seu coração e o seu... Pois é, você sabe... Até aí tudo é isento, faz parte do sonho, que ainda é grátis. Na hora de executar – tô falando do plano, da idéia, não da garota -, já começam a roubar o seu dinheirinho. Um jantar leva quase metade (em impostos) do valor pago ao restaurante; os drinques, parte do ardil para desinibir e criar certa intimidade, contem mais imposto do que álcool no posto. Finalmente, mas não definitivamente, parece que a via crucis está terminando; é só pagar o motel cuja conta traz embutidos uma variedade inacreditável de impostos e taxas. Sem pensar nisso tudo, sua noite foi maravilhosa, quase perfeita.
   Na volta para casa, tem que deixar seu troféu, que mora longe pra cacete. E você sabia, mas uma coisa é buscar, outra coisa é levar. E, note, sem contar que a gasolina do seu carro também leva mistura de petróleo, cana de açúcar e... Imposto. No fim, se você entende um pouquinho de economia, verá que teve um ‘gasto nominal’ de, digamos, uns quinhentos reais – por baixo. Agora peça ao seu contador para calcular seu ‘gasto efetivo’, com os impostos que você nem percebeu que pagou.  Melhor não falar nada com ele (com o contador). Até então tudo estava bem, e um sorriso de felicidade estampava seu rosto. Se você souber qual foi o tal ‘gasto efetivo’, verá que ter boas idéias nem sempre é uma boa idéia. Um grande trauma provocado pela dúvida ‘se valeu a pena’ gastar tanto estará instalada no fundo do seu bolso.
   Agora é tarde. Continue fazendo contas, cálculos e projeções, e descobrirá que há mulheres que custam bem menos e são mais, digamos, “didáticas”: entendem da ‘coisa’. Com elas, sua despesa com lazer será de no máximo 30% do que foi gasto com a princesa. E a ‘professora’ não vai ficar no seu pé. Nem querer casar – a menos que você seja jogador de futebol. A melhor – no aspecto financeiro - e mais econômica solução, no entanto, está em suas mãos, literalmente. Pode não dar poesia, mas você só gastará pensamentos – e esses nada custam - como já foi dito logo no início.  Depois, é só virar pro lado e cair no sono, sem perder tempo para levar alguém em casa, e que geralmente mora “onde não mora ninguém...” – lembra da música?
   A moral dessas considerações é: Um prazer solitário ou uma piranha, sai mais barato que sua princesa. A escolha é sua. Vai agir como príncipe ou como financista?

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