NÃO PAGUE IMPOSTO
Ainda bem
que ‘pensar não paga imposto’. Graças a essa isenção (por descuido do governo,
claro), os brasileiros ficaram conhecidos pela criatividade. Pensar não custa
nada, mas cuidado com as idéias; tê-las, não prejudica; perigoso é tentar
materializá-las.
Você bolou uma cantada perfeita para ganhar a gata que
perturba o seu coração e o seu... Pois é, você sabe... Até aí tudo é isento,
faz parte do sonho, que ainda é grátis. Na hora de executar – tô falando do
plano, da idéia, não da garota -, já começam a roubar o seu dinheirinho. Um
jantar leva quase metade (em impostos) do valor pago ao restaurante; os
drinques, parte do ardil para desinibir e criar certa intimidade, contem mais
imposto do que álcool no posto. Finalmente, mas não definitivamente, parece que
a via crucis está terminando; é só pagar o motel cuja conta traz embutidos uma
variedade inacreditável de impostos e taxas. Sem pensar nisso tudo, sua noite
foi maravilhosa, quase perfeita.
Na volta para casa, tem que deixar seu troféu, que mora longe pra
cacete. E você sabia, mas uma coisa é buscar, outra coisa é levar. E, note, sem
contar que a gasolina do seu carro também leva mistura de petróleo, cana de
açúcar e... Imposto. No fim, se você entende um pouquinho de economia, verá que
teve um ‘gasto nominal’ de, digamos, uns quinhentos reais – por baixo. Agora
peça ao seu contador para calcular seu ‘gasto efetivo’, com os impostos que
você nem percebeu que pagou. Melhor não
falar nada com ele (com o contador). Até então tudo estava bem, e um sorriso de
felicidade estampava seu rosto. Se você souber qual foi o tal ‘gasto efetivo’,
verá que ter boas idéias nem sempre é uma boa idéia. Um grande trauma provocado
pela dúvida ‘se valeu a pena’ gastar tanto estará instalada no fundo do seu
bolso.
Agora é tarde. Continue fazendo contas, cálculos e projeções, e
descobrirá que há mulheres que custam bem menos e são mais, digamos, “didáticas”:
entendem da ‘coisa’. Com elas, sua despesa com lazer será de no máximo 30% do
que foi gasto com a princesa. E a ‘professora’ não vai ficar no seu pé. Nem
querer casar – a menos que você seja jogador de futebol. A melhor – no aspecto
financeiro - e mais econômica solução, no entanto, está em suas mãos,
literalmente. Pode não dar poesia, mas você só gastará pensamentos – e esses nada
custam - como já foi dito logo no início. Depois, é só virar pro lado e cair no sono,
sem perder tempo para levar alguém em casa, e que geralmente mora “onde não
mora ninguém...” – lembra da música?
A moral dessas considerações é: Um prazer solitário ou uma piranha, sai
mais barato que sua princesa. A escolha é sua. Vai agir como príncipe ou como
financista?
Também penso dessa forma. Parabéns pelo post.
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