quinta-feira, junho 06, 2013

TERRAS DOS ÍNDIOS?

Filosofar sobre a justiça não é tão difícil. Até uma criança como o Calvin sente os problemas e consegue argumentar com propriedade e sensatez.
 
OS CONFLITOS INDÍGENAS
 
    Tentei entender quais os problemas das terras reclamadas pelos índios, e recorrer ao bom senso de uma solução negociada – que jamais será justa para qualquer dos lados. A bem da verdade, tanto os silvícolas quanto os fazendeiros estão cobertos de razões.
    Inúmeras decisões foram tomadas ao longo de pelo menos 200 anos, que fica impossível saber quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Governos fizeram besteiras e ultrapassaram os limites geográficos de cada estado, atitudes que não se sabe se foram tomadas por ignorância ou má-fé. Venderam terras ao ‘homem branco’ que não podiam ter sido vendidas. Mas se você compra uma terra do próprio governo, que lhe confere uma escritura real e verdadeira (deveríamos poder confiar nos governos), trabalha essa terra por décadas, investe e produz (ou não), como fica se essa posse legítima é questionada?
 
    Nada é tão simples. Os índios ocupavam o país desde o tempo em que não era um país. Viveram, sabe-se lá quanto tempo, usufruindo das riquezas da nossa flora e fauna, dos nossos rios costas, até a chegada dos brancos. Sua cultura não era voltada para a produção. Comiam, vestiam e construíam suas casas com o que a natureza fornecia, gratuitamente.
 
    Responda honestamente: Poderemos, para fazer justiça, retroceder no tempo tanto assim? É certo que não. Então... Só nos resta decidir por uma solução – por decreto – que atenda, dentro do possível, as razões de cada um. Falei ‘por decreto’ por entender que nenhuma corte de justiça pode chegar a uma decisão que agrade os litigantes. De quem será o direito de viver e ocupar o Brasil? Fora tudo isso, ainda cabe mencionar os cartórios, cuja atuação desonesta adiou a solução de algumas contendas.
    Uma questão que vai ter que ser enfrentada é que essa decisão não poderá ser política, no sentido de o governo escolher as decisões que mais lhe garantirão votos.

     

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