Existem duas formas de aborto. A da foto ao lado simplesmente não existe, é invencionice. A outra é a que falo no texto abaixo.
ABORTO: OS ESQUECIDOS DA LEI
‘Não se faz uma lei sem ter que alterar outra’. Essa ideia me veio à
cabeça quando refleti sobre o aborto, mas serve também para situações pessoais,
como uma mudança no nosso modo de pensar. Mudar um paradigma implica em mudar parte
do nosso modo de viver. Resumo dessa confusão: Toda mudança requer adaptações
em tudo que é correlato. Como não tenho certeza de estar sendo claro, recorro a
uma situação que está – ou esteve – presente, em algum momento da nossa
existência. O “aborto”.
Sempre fui – e continuo sendo, mais que nunca – favorável que a mulher
decida se quer ou não levar adiante uma gravidez. Acho que é uma decisão apenas
dela. Afinal, temos que reconhecer que a maternidade é mais importante que a
paternidade. Não vou perder tempo com as exceções, sempre presentes em qualquer
regra. Há mães que nunca deveriam ter sequer nascido. Felizmente são uma
minoria.
Não importa o motivo, desde que seja pela vontade ou conveniência dela.
Uma criança que nasce sem ter sido desejada já nasce condenada.
Não creio que a razão de cada mulher para não ter um filho possa ser
questionada por quem quer que seja, em qualquer tempo e qualquer camada social.
Considero essa uma discussão inútil, tão inútil como as discussões que precederam
o divórcio. Quantas leis ‘complementares’ tiveram que ser adaptadas e criadas
para receber a nova lei? Uma infinidade. Até hoje mudam as regras para se obter
o divórcio – que atualmente, em certos casos, pode ser efetivado até pela
internet.
Quero levantar uma discussão que ainda não ouvi. São os direitos dos
homens, os quais, apesar de não parecerem, são gente como a gente. Não estou
falando do direito de decidir se a mulher deve ou não praticar o aborto. Estou
falando da lei que obriga o pai biológico a engolir um filho não desejado, a
engolir a decisão da mulher que diz se quer ou não aquele filho, e que é
obrigado a pagar por isso por toda a vida. Pai biológico não é pai. Ser pai por
obrigação legal é horrível. Pai é quem cria, é quem ama.
O poder da mulher decidir se vai ter ou não o filho, o que acho correto,
não deveria obrigar do homem a manter financeiramente esse filho – afinal, ele
não queria (isso é uma hipótese). O direito da mulher ser mãe não deve implicar
na obrigação do homem ser pai. É muito poder para uma só pessoa.
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