sexta-feira, setembro 21, 2012

VIVA MELHOR. MORE SÓ!


Morar só tem vantagens e desvantagens. A grande, insuperável, extraordinária vantagem é que sua vida transcorrerá dentro do seu 'time' e, melhor que tudo, não precisará viver se defendendo de acusações idiotas.
 
 
     VIVER SÓ, SEM SOLIDÃO
     O dicionário nos remete a isolamento afetivo, a um lugar ermo, ou mesmo à solidão que sente quem vive isolado numa comunidade. A solidão não comparece nas mesmas condições para todos. “Há muitos tipos, diversos e curiosos de solidão, como é o caso da ‘intelectual”, onde o indivíduo vive cercado de pessoas que estão num nível de raciocínio bem abaixo do seu.  Mas estou querendo falar nas pessoas que vivem consigo mesmas, sem um amor e família, numa casa ou apartamento sem mais ninguém.
     Viver só, nos dias de hoje, é mais fácil e melhor do que em qualquer época anterior a meados do século 20. Nas décadas de 1950 ou 1960, era angustiante viver sem as soluções tecnológicas como o PC, as ligações telefônicas diretas, e a televisão com imagens nítidas e ao vivo, que nos transportam para qualquer lugar do planeta. Você pode duvidar, mas quando queríamos nos comunicar com pessoas de outras localidades, escrevíamos uma carta e a levávamos aos correios. Dependendo do lugar, a resposta demorava até 20 dias – quando chegava. Até mesmo o cinema era mudo e sem graça, apesar do Chaplin.
     Não é de admirar que todos casassem cedo e, salvo raras exceções, o casamento durava a vida inteira, mesmo que o casal estivesse em ‘frangalhos’. O divórcio, que existia em países mais evoluídos, era uma miragem imoral, que não estava ao nosso alcance – graças a acordos políticos entre Igreja e Estado. Nos dias atuais, o exame de DNA possibilitaria, caso fosse utilizado por quem vai casar, evitar o incesto – mas ninguém recorre a ele exceto em casos de paternidade para cobrar pensão.
     É impossível definir ‘solidão’; do mesmo modo que o amor, a solidão se apresenta com fantasias diferentes; existe uma infinidade de tipos de solidão. De uma coisa estou certo: morar só não significa ser só. Estar só pode ser uma opção. Uma boa opção, se você tem capacidade de pensar, de aprender coisas interessantes, e produzir algo intelectual. Se existe a felicidade suprema, ela consiste em ser o único habitante do seu ‘planeta’. Atender ao telefone - se quiser, aumentar ou diminuir o som da TV, almoçar e jantar quando – e somente quando – tiver fome, assistir filmes eróticos quando estiver ‘a perigo’ -  sem correr o risco de alguém entrar no seu paraíso e derrubar tudo que estava de pé. Uma conhecida lembrou outra vantagem: ao procurar um objeto no escuro, você sempre sabe onde achá-lo.
     Um amigo por conveniência (todas as amizades são por conveniência) disse-me, certa vez, que passou da idade de fazer novas amizades. Ele cuidava das antigas através da internet, onde você só se comunica com quem quer e quando quer. Lembre-se que só o ser humano pode nos causar aborrecimentos e trazer problemas. Se for parente, é um pouco pior.
     Experimente morar só por um ano. Você não vai querer outra vida.


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