RUTH DE AQUINO E OS DIFERENTES
Ao escrever artigo sobre “casais” com três
ou mais membros – de gêneros variados – a nossa querida Ruth de Aquino,
conhecida por seus textos muito bem elaborados e, portanto, melhores que os
meus, aborda o assunto de forma concisa (e cuidadosa), como exige um texto de
uma página. Mesmo assim, ela aborda os índios (que nunca exigiram fidelidade),
os gregos da antiguidade, os gays (tão comuns nos dias atuais), deu uma rápida
passada na “Avenida Brasil”, onde todo mundo é de todo mundo. ‘En passant’,
troca o termo “poligamia” por “famílias poliafetivas”, do mesmo jeitinho dado
pelo PT para falarmos sobre pretos chamando-os de “afrodescendentes”.
Ela poderia ter mencionado os nordestinos,
em especial os da caatinga, que até hoje praticam essa avançada forma de
família. Lá, procurando você encontra “de um tudo”. Tudo bem que as leis não
permitem, mas as leis podem ser atualizadas, conforme os costumes – pelo menos
é o que diz o ‘direito’. E os costumes indicam que está chegando a hora de
fazer mudanças. No momento atual, percebe-se que essas famílias diferentes vão
‘acontecendo’ naturalmente, sem uma organização planejada. Quando isso for
legal (pode crer que vai ser), os problemas vão continuar existindo, mas é aí
que entram os advogados – um mal necessário.
Hoje em dia, dizer “minha família” não
quer dizer nada, ou quase nada. Pode ser muitas coisas. Nenhum de nós tem a
noção exata do que é família, desde o final do século passado. Família virou um
quebra-cabeça. Já pensou chegar ao interior do norte ou do nordeste, onde
existem mais casos do tipo, e dizer pro caboclo que a família dele é
poliafetiva? Você morre na hora. O caboclo é honrado e não iria admitir que
alguém ofendesse a família dele. (sic)
Haverá muita resistência até que o anormal
vire normal. Alguém se lembra da luta do deputado Nelson Carneiro para que o
divórcio fosse aprovado? Quando finalmente foi, havia regras restritivas para
dificultar quem aderia à novidade. Hoje basta ir ao cartório e sai de lá
divorciado. Pode casar no dia seguinte
até – se for doido. No entanto, o Capeta acredita que essas mudanças não vão
demorar muito para serem legalizadas. Tomara. Eu não nasci para ser fiel
sexualmente.
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