REFLEXÕES DO
CAPETA E SUA TURMA
QUEREMOS MAIS
Os ‘menos
favorecidos’ sempre existirão em qualquer lugar, não importa o país. A
diferença é que nos mais ricos, eles são menos ‘menos favorecidos’. Como o ser
humano jamais estará satisfeito com o que possui, os protestos, greves e
reivindicações serão muito parecidos, tanto em intensidade como em
violência. Isso significa que uma
conquista social, depois de alcançada, dará lugar a outra, e outra, e outra –
indefinidamente.
ADEREÇOS
As novelas da rede Globo tentam agradar a
classe C, o que considero natural e correto. Entretanto, muitas situações não
passam de exageros. Um exemplo é as três domésticas de “Cheias de Charme”, que
não correspondem à realidade – nem na aparência, nem no português falado. Um
trocadinho a mais nas bolsas não melhora tanto em tão pouco tempo os hábitos.
Outra coisa são os romances entre brancos e negros, nem tão comuns ainda como
querem fazer parecer. É muito raro – raríssimo – relacionamentos entre as duas
raças acontecerem nas classes mais abastadas. Outra realidade é que rico
que nasceu rico não casa com gente pobre que nasceu pobre.
CONTOS DE FADAS
Muitas religiões anunciam que “o fim” está
próximo. Falo do fim da humanidade, que seria destruída por fenômenos naturais.
Outras descrevem a batalha final entre Deus e Satanás. Tudo besteira. Todos os
tipos de cataclismo parecem ser cíclicos, como o dia e a noite, com a diferença
de não terem hora marcada. Até meu amigo Pascácio sabe disso. Mas o Armagedon –
nome de batismo dessa destruição em massa citada na Bíblia (o livro negro que
todo mundo compra e não lê), culpa os quatro cavaleiros do apocalipse. Tudo de ruim
que acontece precisa de um bode expiatório, mas, nesse caso, arrumaram
logo quatro, talvez pra convencer que dessa vez vai ser ‘pra valer’.
CARIDADE
Muitos autores escreveram sobre o assunto,
de maneiras diferentes. O que todos têm em comum é o reconhecimento de que os
humanos são ingratos de nascença. É um defeito atávico. Vargas Vila, um dos
maiores escritores/filósofos de todos os tempos, dizia que “O homem esquece
mais facilmente uma bofetada do que um favor”. Parece absurdo, mas uma boa
viagem pela memória vai corroborar essa afirmação. Meu conselho é: Ajude, mas sem dar. Mostre o
caminho, mas nunca o percorra junto. A caridade humilha quem a recebe. Essa é a
condição para que o homem seja ingrato. É quando acende o ódio de quem deve. Um
ódio disfarçado, contido, por isso mesmo, mais intenso e perigoso.
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