- Eu quero mais é que essa tal ecologia ‘sifu’ - disse o
Clarindo, já mais prá lá do que pra cá.
- Também quero! Mas estou interessado na parte do sustentável –
falou o Cardozo.
- Que me importa se a Terra vai ficar quente demais em 2050? Eu já
estarei morto mesmo!
- Bom, os Maias fizeram uma previsão que o mundo vai acabar em
2012.
- Pra você ver: naquele tempo já tinha índio doido.
- Isaac Newton, o cientista, previu o fim do mundo para 2060.
Acho que a maçã que caiu na cabeça dele não era maçã, era uma jaca. Nos tempos
antigos, trocavam muito as palavras. E cada tradução mudava alguma coisa.
- Vai ver que foi Jesus que entregou Judas. Trocaram os nomes.
- Já notaste que hoje tudo deve ser sustentável? – insistiu
Cardozo.
- Bem, os políticos foram os primeiros a defender a
sustentabilidade. Sustentam tudo que é mentira, mesmo as mais cabeludas.
- Será que tudo pode ser sustentável? Qualquer coisa?
- De que merda você ta falando?
- Do Bráulio! Do meu Bráulio!
- Quem é esse cara – perguntou Clarindo. – Era político?
- Podemos dizer que sim. Como todo político, ele mentia muito
para conseguir chegar ao tesouro. Deu pra entender?
- Não muito bem...
- O Bráulio tem muitos apelidos, sua anta! Passarinho, Perú,
Minhocão, Robalo, ou simplesmente Pau.
- Que tipo de pau? Pau Brasil?
- Tô falando da minha piroca, ameba original! É que ela perde
consistência muito depressa.
- Quem perde consistência? A ameba?
- Não pô , tô falando da minha piroca!
- Agora eu entendi: ela não é peça original. Você devia comprar
direto do fabricante, com todas as garantias.
- Cara, você tá confundindo piroca com rebimboca. Não estou
falando de carro. To falando do pau da minha barraca. Ele arma e logo cai.
- Então não acampa mais com ela. Vai prum hotel que não cai. De
alvenaria.
- Num tô acreditando no que to ouvindo! Ta me gozando, é? O que
quero dizer é que estou com problemas de manutenção do pau ereto por mais de
dois minutos. Sacou? Acho que pode ser a idade pesando.
- Você não tinha falado dessa idade. Quanto ela pesa? É muito
gorda?
Meu
conselho é: Nunca fale por metáforas com o Clarindo. Nem com qualquer bêbado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário