quarta-feira, maio 16, 2012


A ARTE DE (RE) ESCREVER


   Tenho ‘apanhado’ um pouco como blogueiro. É o preço que se paga por aprender pelo método da tentativa e erro. Escrever para um BLOG é diferente de quando se escreve para um livro – quando podemos revisar mil vezes um mesmo texto. No blog é tudo na hora. O texto não descansa, e tem que ser curto.  Aparentemente, um texto é um texto, e cada um exige uma elaboração apropriada. Num romance, você detalha mais a personalidade de um personagem, ou descreve uma paisagem com minúcias – o que não é aconselhável fazer numa crônica, que é curta e precisa ter seu roteiro sintetizado. Romances, crônicas, ensaios, noticiários, informação, roteiros de filmes ou teatro, cada um exige estilo próprio. Escrever dá trabalho, por mais simples que um texto possa parecer. E leva tempo. Toda escrita é a arte de agradar o leitor – cada dia mais exigente.

   Mais exigente? Sim, porque as pessoas estão mais informadas. Isso não significa que estejam mais cultas, apenas têm mais informação à disposição, e de modo rápido. Escrever que Napoleão Bonaparte metia a mão dentro do uniforme, na altura do estômago não provoca interesse, a menos que você explique se ele era vítima de cólicas constantes ou se estava grávido. Caso contrário, seria uma informação pela metade e desinteressante, que é tudo que um texto não deve ser.

   Quando alguém descobre um inédito ou original de um grande escritor, pode imaginar quantas vezes foi reescrito. Mas bastaria prestar atenção nas anotações e rasuras para perceber. De um modo geral, qualquer texto precisa descansar. Uns mais, outros menos. É que quando escrevemos, não queremos correr o risco de perder a idéia principal, e aí é tudo  vapt-vupt. Depois, relemos com calma e “arrumamos” melhor as palavras, de maneira a dar a elas o sentido desejado. Isso nos leva a “reescrever” inúmeras vezes uma mesma página. Depois de publicar o seu trabalho, suas surpresas serão enormes. Submeta-o à avaliação de diversas pessoas, e verá que cada uma gostou mais de uma frase diferente, que nada tem a ver com aquela que você achou fantástica. Portanto, escreva para você. Só assim atingirá o leitor. O seu leitor.

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