Todos nós aparentamos o que não somos, para impressionar nossos interlocutores. Nossa aparência muda conforme o momento, a circunstância, que o contexto sugere. Isso é loucura? Pode ser.
DOENÇAS MENTAIS
Assim como nosso corpo carrega uma infinidade
de bactérias que não vemos ou sequer percebemos, nossa mente também guarda
informações positivas e negativas extraídas da nossa vivência ou observações.
Como eu já disse anteriormente, nosso cérebro
é preguiçoso. Mais preguiçoso do que gostaria de admitir. Pensar dá trabalho e
demanda tempo. Piorou um pouco neste século, quando queremos respostas
imediatas para nossas dúvidas. Apertamos um botão e diversas coisas começam a
funcionar, como a luz, o som e a imagem, e até respostas que nem sempre são
adequadas. Tudo é planejado para não nos dar trabalho algum.
Aí surgiu a psicologia com
seus especialistas, pretensos ‘resolvedores’ de problemas alheios. Psicanalistas
são pagos para pensar por nós, tanto individual como coletivamente. Estes
últimos, se travestem de cientistas sociais, sociólogos, antropólogos, etc. Mas
nem eles têm todas as respostas. Há dez dias das próximas eleições
presidenciais, nenhum ousa dizer quem sairá vitorioso.
Hoje mesmo ouvi uma entrevista com um desses
‘gênios’ do comportamento, em que o entrevistador pediu que fosse traçado o
perfil dessas pessoas que ocupam prédios abandonados e/ou terrenos desocupados
e sem uso. A resposta primeira foi que “é gente pobre”. Ora, isso é o óbvio
ululante, como diria Nélson Rodrigues. Acaso algum rico vai-se juntar aos
sem-teto para invadir qualquer coisa que sirva de moradia?
Esses psicólogos, particulares ou sociais,
têm como tarefa descobrir o que nos afeta o comportamento. Alguns conseguem
identificar as razões da nossa instabilidade emocional, outros nos deixam mais
confusos. Em toda categoria profissional, existem os bons e os ruins.
Estou convencido de que, no universo de cada
um, somos todos doentes – com menor ou maior gravidade; ou seja, agimos na base
do piloto automático. É que aí está a origem do famoso “desculpa, falei sem
pensar”. O problema é que a depressão é a doença que surge neste novo milênio,
espalhando-se como se fosse um vírus. As estatísticas apontam que somos 300
milhões de depressivos no planeta. Não confio nessa conta. Não duvido que
sejamos quase 3 bilhões em todo o mundo. Somente esse gigantesco número pode
explicar o quase caos em que vivemos.
O tempo que dedicamos à reflexão é cada vez
menor. Estamos sempre com pressa. Agimos com a emoção à flor da pele. Isso é
ruim. Emoções intensas não são boas conselheiras.
Quando dizem que 'fulano' tem um parafuso solto não estamos certos. Em geral, temos vários parafusos fora do lugar.
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