Não consigo compreender a razão de 7 de Setembro ser comemorada com desfiles militares, com demonstração de força e poderio feita por por robôs que sequer pensam por si mesmos.
CIDADANIA E PATRIOTISMO
Cidadão é o sujeito que, por condição de
nascimento, pode exercer alguns direitos e deve cumprir certas obrigações para
com a comunidade em que nasceu.
Patriota é a pessoa que coloca os interesses
do local onde nasceu acima de todos os outros. Bem, é assim que essas palavras
são entendidas ou explicadas – o que não quer dizer que tenhamos que concordar
com elas. Há controvérsias.
Tanto o cidadão como o patriota, bem no fundo
do seu pensamento, busca ter alguma relevância ao ser julgado pela posteridade,
ou mesmo usufruir de alguma vantagem material ou reconhecimento filosófico.
O que estou tentando mostrar é que o mais
importante é a satisfação pessoal de cada indivíduo. Não existe ideologia
divorciada de interesses. Quando um animal demarca seu território ele pode não
pensar em riqueza como a entendemos, mas certamente raciocina nessa direção, ao
tentar preservar para si e seus familiares uma subsistência mais rica para
matar a sede e a fome.
Eu não sou um patriota, reconheço, ao
aceitar, mesmo que em pensamento, qualquer nacionalidade que me permita viver
melhor. A França e outros países, recentemente sentiram na própria carne, ao
elevar impostos e perceber que muitos milionários, para preservar suas
fortunas, optaram por mudar de cidadania.
Ao abrir o jornal O Globo de ontem, percebi
que na primeira página, ao contrário de anos anteriores, não havia sequer uma
menção ao fato de ser dia em que a independência deveria ser festejada. Houve,
acredite, uma pessoa das minhas relações que telefonou para perguntar o que era
7 de setembro. Bem, fora a demonstração de ser mal informada, fica patente que
não estamos ‘nem aí’ para a data. Isso prova que somos patriotas de araque, e
que somos, acima de tudo, apenas humanos que procuramos viver bem. Para isso,
qualquer lugar serve – exceto o oriente médio e arredores.
O próprio grito de “Independência ou Morte”
foi, com toda certeza, o momento em que interesses pessoais do imperador assim
o exigiram. Mas há quem sustente que o grito nem tenha ocorrido, apenas o ato
da proclamação.
No pensamento moderno, acreditamos que temos
a obrigação de sermos felizes. Não considero como obrigação, apenas um instinto
natural, como acontece com os animais que demarcam territórios.
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