terça-feira, setembro 16, 2014

IRA, OUTRO PECADO CAPITAL

A raiva ou ira, são a mesma coisa, questão de nomenclatura. Ela nasce com o ser humano, e pode ser observada desde a mais tenra idade, como nos mostra a foto ao lado. O gatilho da raiva é acionado quando somos contrariados, com a potência do tamanho da nossa contrariedade. Se ela não passa com o tempo, vira doença. 


  SEM DEIXAR PISTAS

  Bobagem de quem diz que não existe crime perfeito. Nossas polícias são muito fraquinhas e desaparelhadas. Tenho lido muito sobre crimes, de todos os tipos. Muitos só são desvendados graças a testemunhas oculares ou conhecedores de fatos anteriores ao crime.

  Aquela investigação sherloquiana está-se perdendo, até mesmo na Scotland Yard. Tanto há crimes perfeitos, que muitos são esclarecidos 10, 20 ou 30 anos depois – outros, nunca. Como? Por puro acaso. Ou quando o criminoso abusa da sorte e decide provocar.

  Posso dizer com absoluta certeza que se não fossem as denúncias anônimas, as polícias perderiam feio. Criminoso hoje dificilmente deixa pistas. Eles precisam apenas ter mais cuidado com a própria língua (é quase impossível contê-la), e com testemunhas que não estão à vista. Pessoas que cometem atos de vingança sentem um forte desejo de fazer suas vítimas saberem o que ou quem lhes causou tal sofrimento, seja ele qual for. Deixam, nesses casos, sua assinatura. 

Os bichos, de qualquer raça ou tamanho, domésticos ou selvagens, também sentem raiva. Conheço histórias de ataques de galinhas, que julgamos sem cérebro. 

  Não posso discordar. Afinal, qual o prazer na vingança quando o penalizado não sabe quem causou o seu sofrimento? Uma vingança não funciona através de julgamento em tribunais. Não tem advogado para o réu, que antecipadamente já foi condenado por uma única pessoa, que muitas vezes nem sabe exatamente o que aconteceu. É o pecado da IRA. A raiva é uma péssima conselheira.


  Quem comete um crime, qualquer crime, não resiste ao desejo de que pelo menos uma pessoa saiba o que ele fez. Qualquer segredo, quando mais de um sabe, já não é mais segredo. Se você não guarda seu próprio segredo, como esperar que alguém o faça?     

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