SEM DEIXAR PISTAS
Bobagem de quem diz que não existe crime
perfeito. Nossas polícias são muito fraquinhas e desaparelhadas. Tenho lido
muito sobre crimes, de todos os tipos. Muitos só são desvendados graças a
testemunhas oculares ou conhecedores de fatos anteriores ao crime.
Aquela investigação sherloquiana está-se
perdendo, até mesmo na Scotland Yard. Tanto há crimes perfeitos, que muitos são
esclarecidos 10, 20 ou 30 anos depois – outros, nunca. Como? Por puro acaso. Ou
quando o criminoso abusa da sorte e decide provocar.
Posso dizer com absoluta certeza que se não
fossem as denúncias anônimas, as polícias perderiam feio. Criminoso hoje
dificilmente deixa pistas. Eles precisam apenas ter mais cuidado com a própria
língua (é quase impossível contê-la), e com testemunhas que não estão à vista. Pessoas
que cometem atos de vingança sentem um forte desejo de fazer suas vítimas
saberem o que ou quem lhes causou tal sofrimento, seja ele qual for. Deixam,
nesses casos, sua assinatura.
Os bichos, de qualquer raça ou tamanho, domésticos ou selvagens, também sentem raiva. Conheço histórias de ataques de galinhas, que julgamos sem cérebro.
Não posso discordar. Afinal, qual o prazer na
vingança quando o penalizado não sabe quem causou o seu sofrimento? Uma
vingança não funciona através de julgamento em tribunais. Não tem advogado para
o réu, que antecipadamente já foi condenado por uma única pessoa, que muitas
vezes nem sabe exatamente o que aconteceu. É o pecado da IRA. A raiva é uma
péssima conselheira.
Quem comete um crime, qualquer crime, não
resiste ao desejo de que pelo menos uma pessoa saiba o que ele fez. Qualquer
segredo, quando mais de um sabe, já não é mais segredo. Se você não guarda seu
próprio segredo, como esperar que alguém o faça?
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