segunda-feira, agosto 26, 2013

OSCAR SCHMIDT

Oscar está jogando sua última partida, contra um adversário que nunca perde: a morte! Se ele mantiver a serenidade, poderá rir da maldita. Ela gosta mesmo é de provocar o medo.
 
 
   O maior jogador de basquete do Brasil vai morrer. Câncer no cérebro. A morte não é novidade. Todos vamos morrer um dia, só não sabemos qual dia. A consciência da morte próxima exerce um poder transformador sobre as pessoas. Mudamos, seja para melhor ou para pior, mas mudamos.
   Estou penalizado, por uma única razão: Ele não queria morrer, pelo menos não ainda. Quase ninguém quer, principalmente o jovem que já tem idade e consciência para saber o que vai perder – ou deixar de realizar. Peraí, desde quando o Oscar é jovem? Eu sei, ele está com 55 anos, mas é jovem. Nos dias atuais, a juventude dura mais tempo. Fora esse ‘detalhe’, deve ser uma ‘barra’ muito pesada a pessoa descobrir que não vai viver muito. Pior ainda se for razoavelmente abastado. Imagine: pleno para realizar coisas, ainda com tempo para sonhar, e de repente, PUFFFF, a má notícia.
 
   Oscar Schmidt sempre me pareceu tranquilo, se levarmos em consideração que ele vive no Brasil há tanto tempo.
   Então, não mais que de repente, ele começa a falar com alguma agressividade, sobre coisas que não lembro de ter ouvido partindo dele. Certamente são coisas nas quais ele sempre pensou, mas guardava consigo ou escolhia amigos mais chegados para desabafar.
 
   Ele falou coisa com coisa. Está lúcido. Concordo com quase tudo o que ele disse. Minha única dúvida é sobre a pena de morte, que ora eu aprovo, ora desaprovo. Na maioria das vezes? Eu aprovo!
 
   Eu entendo o Oscar, até por ser bem mais velho do que ele. Mas sei o que é esperar a morte sem aviso prévio. Pode acontecer logo, mas também pode não acontecer. Também sou um pouco agressivo. A diferença entre mim e ele? Presumo que ele tenha medo da morte, coisa que não sinto. Há ocasiões em que até desejo um encontro com ela, só para saber o “modus operandi” do desfecho.
 
   Ele parece estar muito revoltado. Talvez, quem sabe, na minha idade, ele compreenderia o mesmo que eu: A vida é tudo, mas também não é nada. Nem vou tentar explicar, por que é muito difícil de entender. Espero que tenha tenha tempo para compreender e assimilar o que digo. De qualquer maneira, tanto faz. Nada vai mudar o que vai acontecer. Eu, pelo menos, aprendi a não ter sonhos, a não esperar quase nada no tempo que me resta. Meu maior prazer? Escrever para deixar aos que ficam um testemunho do meu pensamento. O seu? Procure dentro de você!

 

      

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