São duas fotos da mesma mulher, Jane Fonda, uma das mais respeitáveis e reverenciadas damas do cinema. À esquerda, ela praticava, ainda novinha, o swing, com seu marido, o diretor Roger Vadim.
FANTASIAS INCONFESSÁVEIS
Os seres humanos são os mesmos de sempre, em
qualquer lugar. O que muda são as regras da moralidade, que variam conforme a
região do planeta, e a evolução dos costumes.
Ouso afirmar que toda espécie de regra moral
obedece, sempre, aos interesses de uma elite dominante, que prospera
financeiramente às suas custas. Essa moral cruel e amarrada pretende controlar
os desejos das pessoas – coisa impossível.
Avançar e inovar são as ordens que recebemos
do nosso cérebro, sobre o qual nosso poder nem é tão grande. A busca pelo
prazer maior é constante, e anda lado a lado com a permissividade, que nos
obriga a enfrentar o dilema de saber ‘o que é certo e o que é errado’. Dizem
que quem decide é a nossa consciência, que nada mais é do que a opção que
fazemos por um ou outro – o certo e o errado. Quando o desejo é maior do que
qualquer regra, tornamo-nos infratores; sentimo-nos culpados.
Lembro que quando era adolescente – há mais
de 50 anos, satisfazia-me com uma foto de mulher, que escondia a bunda e a
vagina. Aos 13 anos, um calendário farmacêutico do “Neuratol”, com 12 mulheres
nuas. Anunciavam assim o produto: “Neuratol, dá aos velhos o
vigor da juventude, e aos moços a incomparável alegria de viver”. Devido à
época, a propaganda não prosperou. A moral de então falou mais alto. Era uma
espécie de sugestão intuitiva do que veríamos hoje, com o nome de Viagra e
outros produtos, largamente anunciados na mídia.
A igreja sempre optou pelo “sem graça”, e uma
simples masturbação era um pecado mortal; se você morresse com um pecado assim,
iria para o inferno por toda a eternidade. Foram tempos em que um garoto de 13
anos tinha que renegar o amadurecimento do próprio corpo, tal a estupidez do
clero.
Mas os homens continuam presos – muito menos,
é óbvio, à velha moral, que tanto orgulha os idiotas e pesa sobre os ombros
dos normais. Creio que a discussão mais adequada hoje seria sobre a privacidade
do que fazemos. Como disse o pensador Nelson Rodrigues, “se as pessoas
soubessem o que cada um faz entre quatro paredes, ninguém mais cumprimentaria
alguém”.
Conheci um praticante do swing, que falou
nunca ter sentido prazer tão intenso quanto ver, ao vivo, sua namorada fazer
sexo com outro homem. Mas, para atingir esse alto grau de sexualidade, é
preciso evoluir aos poucos. É um processo lento e começa, como tudo, nas
fantasias inconfessáveis de cada um. E quem não tem fantasias inconfessáveis?
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