A CIÊNCIA DA MENTIRA

Taí um homem em que todos podemos acreditar. É um filósofo brasileiro. Ele só não explicou como um mentiroso pode ser tão rápido para correr da verdade, apesar dessas perninhas curtas. O bom mentiroso tem que ser verdadeiro até o fim. 

Como vocês podem notar, a mentira nasceu com o primeiro ser humano. 

Os políticos que alcançaram o poder maior foram os que trataram a mentira como ciência. 

     A MENTIRA É ESTIMULADA

     Cada um de nós, sem perceber, incentiva a mentira.

   É que a mentira só traz alegria, ao contrário do que dizem os que mentem mal. Todos adoramos ouvir uma mentira – não dá para negar, desde que seja bem contada, o que significa que deve ser ‘crível’.

   A mentira só é feia quando não sabemos mentir e, apesar disso, tentamos passar adiante uma história inverossímel. Um mentiroso profissional é pessoa de respeito, que deve ser admirada.

   Mentir não é tarefa para amador. É melhor entender de uma vez por todas: A mentira é um grande esforço que fazemos para agradar a pessoa a ser enganada. O “profissa” da mentira não pode sair do armário. O grande mentiroso não sente remorso; ele pode partir desta para a melhor sem o menor peso na consciência.  

   Saber mentir inclui deixar que outros mintam, a menos que isso seja prejudicial a você. Vale a pena saber quem está comendo quem? Vale! Mas não é por isso que você vai sair por aí dizendo o que sabe. Isso é munição, que você só utiliza se e quando for de utilidade pública – ou seja, para você. Saber é uma forma de poder que funciona. No entanto, é muito importante que ninguém saiba o que você sabe. Se o assunto for de domínio público, é o mesmo que possuir uma fortuna em dinheiro falso. Acima de tudo, evite contar para sua digníssima consorte. Nenhuma mulher merece confiança total. 

   Quem nos ensinou a mentir? Resposta óbvia: nossas mães. Elas nos davam explicações desde a mais tenra idade e acreditávamos em tudo. Ao crescer, descobrimos que tudo que ela nos ensinava, ensinava errado. Qualquer mãe que não sabe responder a uma pergunta do filho, apela para a mentira mais simples. E a mentira mais ‘à mão’ é sempre imperfeita, fácil de detectar. Ora, se nossa mãe mentiu para nós um monte de vezes, deve ser por que mentir é uma coisa boa – afinal, mãe é uma criatura sagrada.

   Apesar das evidências, faz parte da lavagem cerebral que é feita em todas as crianças, que desde cedo aprendem que mentir é muito feio. Conforme vamos crescendo, notamos que a mentira é bastante utilizada por todos que desejam auferir alguma vantagem de qualquer tipo. É nesse momento que percebemos que saber mentir é saber sobreviver. E lucrar.

  O melhor treinamento para mentir bem é mentir para si mesmo – e convencer. Repita muito a mesma mentira e seu cérebro vai ficar de saco cheio, permitindo que a história seja aceita como verdade.