Se você gosta de surpresas, vai adorar namorar e fazer sexo virtual. Há uma novidade inesperada em cada afirmação do seu interlocutor sobre si próprio.
QUAL É O MUNDO REAL?
Antigamente era fácil. Havia
o mundo real e o mundo de fantasia. Tudo muito simples. Ao conhecer alguém,
dava para identificar o grau de educação em poucos minutos. Hoje é complicado.
A fronteira entre a fantasia e a realidade é algo mais complexo de aferir. Essa
mudança aconteceu após o surgimento da internet, onde passamos a maior parte do
nosso tempo, exatamente para poupar tempo. Não é paradoxal? Ficou mais difícil
separar o joio do trigo. Perde-se tempo em conversas virtuais, e adia-se o
encontro ao vivo, que temos que planejar com muito cuidado para evitar
dissabores.
Uma pessoa é exatamente como
qualquer informação procurada nos sites de busca. Na maioria das vezes,
precisamos de um esforço analítico para saber se são confiáveis. Mesmo assim, no mais das vezes nos
equivocamos. A pressa e a fantasia, emoções que não conseguimos controlar,
precipitam conclusões, digamos, precipitadas. Sabe aquela história de que
“acreditamos no que queremos acreditar”? Pois é. Pensar e procurar são
atividades cansativas e enfadonhas. Preferimos seguir nossa intuição, como se
soubéssemos o que é intuição.
Outro aspecto do mundo
virtual é que ele está se tornando real. Diferente, mas real. Tem gente, muita
gente, que até goza na frente da telinha. Podem alegar que é um
‘relacionamento’ incompleto, mas nos poupa de muitos problemas, de saúde,
financeiros ou afetivos. É uma questão de conseguir adaptar-se. Muito se
aprende através da repetição. E a paquera na internet é um ato repetitivo,
viciante por ser cômodo. Ah, e nos permite fantasiar. Nesse caso específico,
fantasiar é o mesmo que enganar a nós mesmos. Para alguns, a relação virtual tem
sabor próprio. Só requer experiência.
Eu poderia dizer, baseado em
fatos reais por mim vividos em um passado distante, que transei muitas vezes
para ‘não perder a viagem’. Que apenas um em cada doze encontros acrescenta
algum momentos de alegria. Mas vou logo prevenindo: se você pensa como eu e
acredita que nem todo psicopata é um assassino, fique sabendo que vai conhecer
muita gente ‘doidona’. E não é simples identificar essa turma.
Na internet exibe-se uma
personalidade atraente, simpática, encorajadora. Raramente isso é verdadeiro.
Lembre-se que até as fotos mentem. Todo ser humano é um especialista em mentiras.
Atrás de uma tela, todo advogado de merda é um Rui Barbosa.
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