Ele poderia dizer, cheio de razão e moral : " Há quanto tempo você não dá as caras neste hospital, seu FDP?"
ENTRELINHAS
Todos já ouvimos falar das famosas
‘entrelinhas’, excessivamente usadas nos meios diplomáticos, políticos,
empresariais e até em nossa vida pessoal. Comunicar algo utilizando entrelinhas
significa o mesmo que dizer sem dizer, falar ou escrever uma coisa pensando em
outra, dar recados indiretos que são diretos – onde pelo menos o alvo vai
entender a mensagem. Entrelinhas também é ameaçar sem ameaçar, dar ‘vagas’
esperanças a quem ouve com o objetivo de manter o aliado por mais tempo.
Está bem explicado, mas, se você não
entendeu, não merece ser meu leitor. O difícil é detectar todas as entrelinhas
num texto falado ou escrito. A sutileza vai depender de quem manda o recado. Nossa
presidente, por exemplo, conhece muito pouco sobre o assunto. Talvez seja a
razão de ela ser, geralmente, sutil como uma jamanta.
A primeira necessidade para entender
entrelinhas é saber ler bem e interpretar textos. Mas não pense que um
semianalfabeto não sabe usar esse truque. Todas as pessoas sabem. O que varia,
como eu disse, é a sutileza na construção da frase. O cuidado para não ser
explícito demais é necessário para que o ‘recado’ seja dado sem ferir
suscetibilidades. É aí que entra o complemento da sutileza das entrelinhas: a
ambiguidade.
O jornalista Jorge Bastos Moreno é um grande
intérprete dessa linguagem ambígua. Em sua coluna costuma desnudar as intenções
desses recados dados por políticos. Ou seja, ousado, ele joga no ventilador. Ainda
bem.
Infelizmente, não conheço nenhum curso que
ensine como identificar entrelinhas. Somente o conhecimento, alguma cultura e a
experiência são capazes de forjar bons entendedores.
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