domingo, dezembro 23, 2012

TEMPO DE REFLEXÃO

O mais complicado é alguém decidir dar o primeiro passo.
 
     Os homens refletem durante toda sua existência, uns mais, outros menos – estes infelizmente são a maioria. Entretanto, no fim de mais um ano do nosso calendário, é quando lembramos os erros e acertos do passado recente e projetamos nossos desejos para o futuro. Tudo inútil. O tempo não para de correr, independente do número com que o denominamos. Nossa dor não acaba com a retirada de cena do ano que findou, nem nossa alegria começa com o novo, que não é mais do que a prossecução do antigo.   
     Nós somos a continuação viva dos genes dos nossos antepassados, com novos conhecimentos adquiridos, mas com o velho e mau caráter. Criamos leis para nos proteger dos muito maus, mas as burlamos quando nosso interesse fala mais alto. É um equívoco acreditar que estamos melhorando. Esse tipo de progresso leva milhões de anos, e irá acontecer naturalmente, independente de leis ou regras sociais.
     Somos coerentes com nossas origens de homens das cavernas quando desejamos ‘tomar’ o que não nos pertence, enganar os mais tolos, e agimos com a mesma barbárie que condenamos num Hitler ou num Átila. Matamos quando sentimos fome, quando sentimos raiva, quando somos gananciosos, e até quando não temos motivo algum. Não vejo solução para a humanidade. Está muito difícil viver. As coisas acontecem numa velocidade que não conseguimos acompanhar. Entendo que qualquer religião é tão verdadeira  quanto a história do bebê que, com três dias de nascido levantou do seu berço, pegou um punhal e esfaqueou o bebê do berço ao lado.
     Filosoficamente, o mundo se esgotou na sua própria impossibilidade de ir adiante. É que somos mal feitos. Precisávamos fazer um recall. Melhor dizendo, o problema é que estamos nos conscientizando que somos diferentes do que gostaríamos de ser. Quem sabe aí está o caminho? Pode ser, mas ainda assim levará milhões de anos.
     Este artigo não pretende nada. Eu apenas estava pensando alto.

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