quarta-feira, dezembro 05, 2012

PÁGINA DO MENSALÃO


ESTA CENA AINDA VAI SER VISTA POR MUITA GENTE. ENQUANTO ESSE SAFADO EXISTIR, HAVERÁ ESPERANÇA.
 
     CONTINUIDADE DELITIVA
     Não sei se entendi direito. Encorajado por amigos, assisti, por apenas alguns minutos, o julgamento do mensalão. Essa tal “Continuidade Delitiva” pretende matar a ‘reincidência’? Me pareceu, na prática, significar que se Jack - o estripador – tivesse sido preso na Inglaterra quase medieval da época, ele só poderia receber a pena por um único crime, ficando os subsequentes como uma continuidade do primeiro. Dever-se-ia, portanto, anular todas as penas de pessoas conhecidas como ‘serial killer’, atribuindo ao condenado apenas um único assassinato. É o Brasil ensinando ao mundo como fazer julgamentos.
     CARIOQUICE
     Um amigo foi a uma agência lotérica fazer uma ‘fezinha’, e ouviu o sujeito que estava logo à sua frente, dizer à atendente: “Na mega, me faz dois Marco Aurélio”. Ante o espanto da moça, que não sabia o que fazer, acrescentou: “São duas surpresinhas”. Em seguida, pediu que fizesse uma “Lewandowski”. Com um sorriso sem graça, a atendente pediu para o cliente ser mais claro. O gaiato gozador esclareceu que se tratava de uma ‘teimosinha’. Quem ouviu e entendeu a alusão ao julgamento, riu. Quanto ao ministro Marco Aurélio MeLLo, lembro aos leitores que “Bananeira não dá maçã, dá banana”.
 
     BUROCRACIA JURÍDICA
     Todos sabem e se queixam da burocracia da justiça, que atinge qualquer cidadão, indistintamente. Nos tribunais, a burocracia tem início na própria linguagem adotada, tão reprovada quanto ‘letra de médico’ em receita. Isso nos obriga a ter que consultar um advogado tradutor, para nos dizer o que foi dito. Nunca saberemos se a nossa mãe foi xingada ou se a expressão utilizada era em latim. Para nós, leigos, nos parece um latido ou grunhido.
 
     TENTATIVA DE SUBVERTER
     Pareceu-me, como leigo, que houve uma tentativa extremamente sutil e bem urdida de anular o julgamento inteiro, para proceder uma reinterpretação das leis, o que seria algo desmoralizador ante qualquer colegiado jurídico, e um desrespeito aos milhões de cidadãos que acompanharam o julgamento pela televisão.
 
     REALIDADE
     Desafio que exista uma só instituição pública, seja federal, estadual ou municipal sem que pelo menos um corrupto atue nela. Numa creche municipal, aparentemente (pelo próprio tamanho) não haveria irregularidades. Mas várias podem ser observadas, como nepotismo ou até mesmo desvio da merenda escolar, até uma simples troca de cano ou conserto de muro. Somente quando reconhecermos que somos um país corrupto, poderemos partir para o combate à prática criminosa.

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