Não pense que pertencer à 'Alta Sociedade' é moleza. Os ricos são obrigados a fazer enormes sacrifícios para manter a pose. O bom é que 'qualquer um' pode ficar rico hoje em dia.
ALTA SOCIEDADE?
A expressão servia para identificar
pessoas educadas (nem sempre), elegantes nos trajes e no comportamento,
geralmente com uma instrução boa, e muito abonadas. De um modo geral, as
baixarias cometidas pelos membros dessa estranha confraria eram jogadas para
baixo dos tapetes persas. O chic não era exatamente ser, mas parecer. Eram como
são os diplomatas, que quando dizem algo, fazem com que o xingamento ou ameaça
pareça um elogio.
Foi nesse tempo não tão distante, que
emergiu das profundezas da aventura suburbana, o incomparável, o risível ‘novo
rico’, que nos proporcionou tantas anedotas. Ganharam dinheiro trabalhando e se
esforçaram mais que os ‘bem nascidos’, que apreciavam mesmo era gastar o muito
que nada lhes havia custado.
No século passado, os ‘cafonas’ que já
naquele tempo gostavam de música sertaneja, descobriram que qualquer um podia
ficar rico, mesmo tendo nascido numa estrebaria – como foi o caso de muitos
portugueses e italianos que imigraram para o Brasil. Você seria capaz de lembrar
algum nobre que tenha vindo para cá espontaneamente? Não esqueça que a corte de
D. João veio fugindo de Napoleão, não sem antes de deixar a coroa sem um
tostão. Pior, trouxeram todos os piolhos de nacionalidade portuguesa que até
hoje vivem por aqui, admoestando nossas crianças.
Mas, você pode perguntar, quando
exatamente teve início o fim da Alta Sociedade? Bem, essas coisas não acontecem
num dia só. Este que vos escreve, humildemente tem uma teoria; assim como a
Queda da Bastilha foi o início do fim da monarquia francesa, o fim da Alta
Sociedade começo quando o príncipe Charles, herdeiro eterno da coroa inglesa,
disse para sua ex-amante e atual esposa Camila que gostaria de ser o Tampax da
velhota. Para mim, esse foi o marco histórico. Pelo menos foi o que lhe custou
o trono.
No Brasil, nunca tivemos nobre de tão alta
estirpe, exceto alguns barõezinhos e comendadores que se achavam. Aqui e acolá
sabia-se de escândalos de famílias abastadas e tradicionais, tipo o caso do
sobrinho que não era sobrinho, mas filho, o que só se descobriu por causa da
herança. Ah, o dinheiro – único capaz de desmontar uma fantasia.
O problema deste país, é que “em se
plantando tudo dá”. Como nossos colonizadores plantaram baixarias, um dia,
igualzinho ao Conde, deu. Dizem as más línguas que a ‘fruta do conde’ levou
esse nome por que o conde gostava de dar a fruta. Só escrevo o que ouvi.
No fim, o que importa é que não existe
mais Alta Sociedade. Tudo se nivelou por baixo. Mas não duvide: ainda hoje há
quem julgue pertencer à essa casta extinta. As mulheres que me perdoem, mas
elas são mais deslumbradas que os homens. Fazem tudo (tudo mesmo) para ter
algum prestígio, ainda que passageiro.
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