domingo, junho 15, 2014

BOAS ESCOLHAS SÃO PURA SORTE

Esse general aí na foto é o grande Napoleão Bonaparte, que influiu até mesmo no destino do Brasil - sem querer, é claro. Há pouco mais que 200 anos ele teria dito: "Guerras religiosas são, basicamente, pessoas se matando para decidirem quem tem o melhor amigo imaginário". Um sábio.




   A DIFÍCIL ESCOLHA IMPOSSÍVEL
 
   Quem você quer ser? Reformulando a pergunta: Como você gostaria de ser? Tentando tornar a pergunta ainda mais inteligível: A vida de quem você gostaria de ter vivido?
   Todos nós admiramos alguém que se destacou em algum campo profissional. Certamente você conhece pelo menos alguns pontos da biografia de alguém cujo feito surpreendeu ou alterou a vida de todos nós. Uma ressalva: não me refiro a celebridades tipo... Você sabe! Falo de gente como Shakespeare, Pablo Picasso, Napoleão, Santos Dumont, Steve Jobs, Nelson Mandela, e tantos outros que consideramos modelos a seguir.
 
   Para um simpatizante do Nazismo, é provável que gostaria de ter sido Hitler. Um político ficaria feliz em ter sido Lincoln ou ser como Lula – acredite: muita gente gostaria de ter a vida dele. Que tal um filósofo inesquecível, como Sêneca?
 
   O que sei sobre essa gente é que suas vidas não foram exatamente um mar de rosas. Napoleão, se você o admira, teve uma vida que mais parecia um elevador, de tanto que ele subiu e desceu; Santos Dumont, recebido com deferência pela melhor sociedade de Paris, não andava muito contente: suicidou-se; Sêneca possuia sabedoria e alcançou um poder invejável – mas caiu em desgraça e foi ‘suicidado’ pelo imperador Nero; Steve Jobs morreu de câncer ainda jovem, e teve a pior morte para alguém como ele: a morte anunciada, que nos exige fazer muitas coisas em pouco tempo; Nelson Mandela passou 27 dos seus melhores anos numa cadeia fétida.
 
   A lista de famosos infelizes e decepcionados com a própria vida é enorme, incapaz de caber em milhares de páginas. Minha conclusão é que quanto mais famosos, mais a vida nos cobra por isso. Fora aqueles que não conheceram a fama, que chegou após suas mortes, como é o caso do escritor Kafka ou o pintor Van Gogh – e que também tiveram uma vida trágica.
 
   O conselho do Capeta é que “seja você mesmo” – quero dizer que deve seguir seus desejos e talentos naturais; não pretenda seguir o caminho de ninguém – já é muito difícil descobrir quem somos e o que queremos de fato. Fama e prestígio são como dinheiro: ajudam a viver, mas não garantem satisfação. Ah, e nunca ache que poderia ter feito da sua vida coisa melhor. Se pudesse, teria feito. O livre arbítrio é apenas uma meia verdade. Não temos controle total sobre absolutamente nada, exceto decidir uma ação em alguns segundos, sem tempo para refletir o bastante, sobre o que pode alterar o resto de nossa vida, para o bem ou para o mal.  
 
  Se aos 20 você fez algo de que se arrepende hoje, aos 40, foi exatamente porque só tinha vivido 20. Mas, acredite, o que fez aos 40, você teria feito diferente aos 70. Ou nem teria feito. É quase impossível fazer a escolha certa. É preciso ter sorte, pois todo resultado depende de um encadeamento de fatos e acontecimentos casuais, favoráveis ou não.
 
 
Neste retrato ao lado, o grande general não parece tão grande, apenas um baixinho obeso derrotado pela própria ambição sem limites. Foi um grande homem, mudou o mundo, e morreu no exílio, sem poder, sem amigos. Você gostaria de ter vivido a vida dele?  
 

 

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