quinta-feira, junho 05, 2014

A LÓGICA É SURREAL


Nesta imagem, Dalí quer mostrar sua crença na 4ª dimensão. Independente de ter Cristo existido ou não, a arte do pintor nos mostra a grandeza do personagem, mesmo na hora final. Os 'Cristos' crucificados estão, para o meu gosto, entre as melhores telas do gênio espanhol. Se você não se importa com filas, vá ver a exposição.



  DALÍ NO BRASIL
 
  Nosso mundo foi contemplado com a existência de grandes mestres que retrataram a vida conforme a sentiam e compreendiam. Não existe ‘o melhor’, pois cada um de nós se identifica mais com um desses gênios. Minhas paixões sempre foram Van Gogh e Salvador Dalí.
 
  A sabedoria do pai do surrealismo recomenda que “o ser humano deve abandonar a lógica”. Fico pensando à que o gênio se referia, o que ele queria dizer com isso. Por princípio estou de acordo. A lógica dos homens, entretanto, está sedimentada fora da realidade. A melhor forma de vermos a vida é através do surrealismo. A vida é surreal.
 
  Mas é preciso entender que abandonar a lógica não significa fazer as coisas atabalhoadamente. Os brasileiros, especialmente nossos governos, já agem assim faz tempo. Não dá certo.
  Não se pode seguir conselhos ao pé da letra. A ‘Bíblia’ é um exemplo disso. Ler é fácil, o difícil é interpretar – e querer acreditar. Para a maioria das pessoas, o certo é o que desejam que seja verdade, é aquilo em que elas acreditam, independente de qualquer reflexão mais profunda. Isso varia conforme o entendimento de cada um. Ou – é muito comum, seguimos o que diz quem admiramos. Nesses casos, a reflexão é quase nula. O ser humano é, gostem ou não, do tipo “Maria vai com as outras”. Infelizmente. Ou não.
 
  Eu ficaria feliz em ir à exposição de Salvador Dalí, mas (sempre tem um mas), odeio filas. Esperar por algo que ansiamos é uma situação da qual não há escapatória. Se ficarmos pensando nessas coisas, vamos acabar loucos. Por isso eu faço minha opção, sem delonga. Quando escolho não ir à exposição, ela sai da minha cabeça e paro de sofrer pensando na fila que teria que enfrentar. Esse tipo de decisão é aquela que nunca deixo, como faço com outras, para o último momento.
 
  É possível que a ansiedade seja produto da vaidade de sabermos se nossa ‘ação’ deu resultado positivo, se acertamos. Já pensou o que sofre a pessoa que entra com um processo na justiça e sabe que pode morrer antes da decisão? Para tudo há urgência, há pressa. Mas não se pode ter pressa do que não depende de nós mesmos.

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