CONSIDERAÇÕES SOBRE O OTIMISMO
O que significa ser um otimista? Não há
definição possível que possa ser considerada única e definitiva. Nem adianta
procurar no ‘pai dos burros’. Se você não sabe o que é pai dos burros, melhor
deixar de ler este blog e passar à leituras mais, digamos, simples.
Há diversos tipos de otimismo, do racional
ao desvairado. Em princípio, posso assegurar que o racional é o mais próximo do
possível. O próprio pessimismo racional é melhor que o otimismo sem motivo. Se
você conhece alguém que é sempre otimista, você conhece um idiota esperançoso.
Qualquer pessoa que desconsidere a possibilidade de algo não sair como
previsto, desconhece ou ignora que sorte e azar existem, e o imprevisto sempre
nos surpreende. Qualquer anta, mesmo batizada, sabe disso. Acreditar no
improvável não é ser otimista, é ser burro. Se você possui dez moedas, aposte
uma no improvável e nove no provável. Assim funciona a lei das probabilidades,
ciência que é estudada por estatísticos e matemáticos.
Otimistas são sempre bem vindos em
qualquer roda de bate papo. Eles dizem o que todos querem ouvir, mesmo sendo
uma incoerência. Nós simpatizamos com os otimistas, e isso é uma reação lógica.
Já os pessimistas são antipáticos, pois nos colocam os pés no chão e nos fazem
pensar. Pensar é tudo que os humanos detestam. Somos preguiçosos e apreciamos
explicações simples, como, por exemplo, a existência de Deus. É mais fácil
acreditar Nele do que entender as leis da física e da química. Algo pode ser
mais simples do que acreditar que ‘tudo acontece pela vontade de Deus’? Se for
assim, o otimista acredita que Deus está com ele, torcendo por ele, e decidindo
a seu favor.
Um otimista desvairado ignora as
possibilidades. Um otimista racional sabe que nem tudo corre como planejado.
Para o pessimista persistente, a probabilidade de algo não sair como esperamos
é uma possibilidade para a qual ele se prepara. Bem, há quem argumente que o
otimista desvairado é mais feliz; é mesmo; sem dúvida ele sofre mais decepções,
mas logo seu otimismo é recuperado por outro ‘sonho’ mirabolante. Todo otimista
desvairado não passa de um idiota.
Quando um filho me apresenta uma ideia, o
fato de eu mostrar o lado negativo sempre gera conflitos. Mas todo planejamento
tem que considerar os dois lados da moeda. Não opino mais. Cansei de ser
tratado como o sujeito que só pensa e deseja que tudo dê errado. Quer fazer?
Faça e dane-se.
Na minha forma humana (sou o Capeta,
lembrem-se), fui vítima de uma infecção, do tipo hospitalar, que me obrigou a
fazer oito operações cirúrgicas. Nas sete primeiras, embarquei cheio de
esperança de cura. Nenhuma deu certo. Na oitava, eu já não acreditava. Disse
que seria a última e estava convicto de que, como as anteriores, fracassaria.
Essa deu certo. O otimismo perdeu de 7 x 1 para o pessimismo.
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