quarta-feira, janeiro 16, 2013

O LADO BOM DA HISTÓRIA


     VOCÊ PENSA QUE SABE HISTÓRIA?
 
     A história, qualquer história, tem vários lados. Quem pensa que tem apenas dois lados não sabe de nada. Você pode presenciar um fato e pensar que viu sem ter realmente visto; narrar o que acha que viu dando uma conotação mais, digamos, emocionante; historiadores gostam de interpretar intenções (eles não têm esse poder) que acabam virando verdades no imaginário dos leitores; há também verdades (?) que viraram verdades porque você simpatizou com a ideia; outras, porque você quis acreditar nelas.
 
     Dizer que David derrotou o gigante Golias é um exemplo da história mal contada. Provavelmente David tinha 1,5 metro e Golias 1,80. Mas, sabe como é, o tempo foi passando e o Golias cresceu.  Teve tempo para isso, em dois mil anos. Não sei quando o homem percebeu que, para um fato ser guardado na memória, precisava ser narrado com emoção. A partir daí, as coisas mudaram. A ‘exagerologia’ tomou assento e nunca mais levantou.
 
     Gosto de história. Quando estudante era em história que minhas notas sobressaiam. Sempre fiquei impressionado com os feitos de alguns personagens, inclusive Nero – o imperador romano que apreciava as artes e dizem ter mandado incendiar Roma, além de matar a própria mãe. Bem, matar a mãe dos outros não era nenhuma vantagem, todos os reis e ditadores o fizeram. Talvez por isso eu o admirasse tanto. Matar a própria mãe não é para qualquer um. Precisa ter estômago. Mãe é a criatura satânica que procura ter um domínio eterno sobre cada um de nós, e diabolicamente nos convence de que tudo o que faz é por amor. Papo furado.
 
     Outro personagem que admiro é o Henrique VIII, o rei inglês que tirava do caminho quem o atrapalhasse. Esse virou meu herói por ter se livrado do Vaticano. Deu uma banana pro Papa e adaptou a religião católica ao seu gosto e suas necessidades. No fundo, qualquer religião só serve para que possamos justificar as incoerências humanas como sendo ‘a vontade de Deus’. Tá certo, ele mandou matar duas de suas mulheres, mas quem entre nós nunca teve vontade de matar a nossa? A culpa não era do pobre Henrique, era da religião, que exigia o casamento entre pessoas que gostavam de fornicar, e inventaram isso de ‘filho ilegítimo’.
 
     Não posso esquecer o Adolfo Hitler. Esse, mais contemporâneo, é inesquecível. Ele não gostava de judeus, mas quem é que gosta? Aliás, a pergunta correta seria: Quando os judeus foram um povo querido? A história, nem ela se lembra de alguma época em que os judeus não foram perseguidos ou simplesmente odiados.  Mas o Adolfo foi um monstro. A única coisa que admiro nele foi a capacidade de perceber que o povo alemão aprovaria qualquer ato que beneficiasse a Alemanha, levou todos no ‘bico’, e fez o que fez. Do nada, chegou a ser o homem mais poderoso do mundo. Alguns estudiosos afirmam que Hitler deixou herdeiros na Espanha, na Argentina, na Itália, e em alguns outros países. Até no Brasil e, claro, na própria Alemanha.
 
     Winston Churchill. Para quem não se recorda, foi o gorducho inglês que fumava charutos, era corno e gostava de cornear os outros. Esse senhor foi outro que saiu da 2ª guerra com a fama de herói, mesmo sem ter pisado num só campo de batalha. Foi para o Exterior, ficou no bem-bom, e, mesmo no tempo em que as comunicações eram dificílimas, ganhou fama por ter levado a Inglaterra à vitória. Levou como? A resposta é fácil: Levou no bico. Outra qualidade maravilhosa do Winston é que ele era um grande frasista, quase no nível do saudoso Millôr Fernandes.
 

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