PALPITE INFELIZ
O ministro japonês pecou pela falta de
clareza ao opinar sobre o prolongamento da vida dos idosos. Geralmente o
pragmatismo deve e precisa ser explicado. O Capeta é a favor da imprensa livre,
mas repudio a imprensa que usa da má fé para divulgar um fato ou declaração.
Pelo que entendi, o ministro declarante
não concorda com o prolongamento artificial da vida, através de aparelhos que
transformem a pessoa num vegetal, em cima de uma cama de hospital. Custa caro e
não compensa o sacrifício. Concordo com ele. Também não quero vegetar.
O problema é que da maneira como a
imprensa noticiou, deu a impressão que a autoridade quer apressar a morte dos
idosos. Não é isso. Ele não quer prolongar uma vida sem sentido. Já avisei à
minha família (infelizmente tenho uma) que se um dia eu ficar incapacitado, me
deixe morrer em paz.
Ao contrário do que pensa o assessor do
governador Sérgio Cabral, que de vez em quando me escreve, quem escolhe seguir
o caminho da vida pública deve ter cautela com seus atos e palavras. Tudo pode
ser, e geralmente é, mal interpretado. Tenho certeza que o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, quando no exercício da presidência falou sobre os
aposentados vagabundos, devia estar se referindo àqueles que se aposentavam com
quarenta e tantos anos, ainda gozando de boa saúde e capacidade de trabalho.
Mas os urubus se aproveitaram de uma fala precipitada e até hoje ele é
criticado por isso.
Viver entrevado numa cama não deve ser
bom. Melhor morrer, suicidando-se ou sendo suicidado. A família vai agradecer.
Não é moleza cuidar de velhos incapazes. Ninguém merece, da mesma forma como
não merece ter algum caso na justiça – isso sim, é o inferno na Terra.
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