quarta-feira, janeiro 23, 2013

IMPRENSA MALDOSA

      PALPITE INFELIZ
 
     O ministro japonês pecou pela falta de clareza ao opinar sobre o prolongamento da vida dos idosos. Geralmente o pragmatismo deve e precisa ser explicado. O Capeta é a favor da imprensa livre, mas repudio a imprensa que usa da má fé para divulgar um fato ou declaração.
 
     Pelo que entendi, o ministro declarante não concorda com o prolongamento artificial da vida, através de aparelhos que transformem a pessoa num vegetal, em cima de uma cama de hospital. Custa caro e não compensa o sacrifício. Concordo com ele. Também não quero vegetar.
 
     O problema é que da maneira como a imprensa noticiou, deu a impressão que a autoridade quer apressar a morte dos idosos. Não é isso. Ele não quer prolongar uma vida sem sentido. Já avisei à minha família (infelizmente tenho uma) que se um dia eu ficar incapacitado, me deixe morrer em paz.
 
     Ao contrário do que pensa o assessor do governador Sérgio Cabral, que de vez em quando me escreve, quem escolhe seguir o caminho da vida pública deve ter cautela com seus atos e palavras. Tudo pode ser, e geralmente é, mal interpretado. Tenho certeza que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando no exercício da presidência falou sobre os aposentados vagabundos, devia estar se referindo àqueles que se aposentavam com quarenta e tantos anos, ainda gozando de boa saúde e capacidade de trabalho. Mas os urubus se aproveitaram de uma fala precipitada e até hoje ele é criticado por isso.
 
     Viver entrevado numa cama não deve ser bom. Melhor morrer, suicidando-se ou sendo suicidado. A família vai agradecer. Não é moleza cuidar de velhos incapazes. Ninguém merece, da mesma forma como não merece ter algum caso na justiça – isso sim, é o inferno na Terra.    

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