POLITICAMENTE CORRETO
A expressão, pelo menos a que
foi popularizada, é uma invenção do governo petista. Antes da ‘novidade’, viado
era viado, negão era um nego grande, e bastardo não era usado exceto em textos
traduzidos: na fala do dia a dia, sempre se usou o inigualável ‘filho da puta’.
O brasileiro sempre fez piada e riu de si próprio, imagine dos outros.
Lembro uma leitora do Blog do
Capeta que reclamou que eu não era patriota, e falava mal do Brasil para todo
mundo ler. Adoro este país, apesar de realmente não ser patriota. Sou um
cidadão do mundo e a pátria que eu escolheria seria a que me desse as melhores
condições de vida. É claro que eu não moraria no Paraguai ou na Bolívia, ou no
Haiti ou Cuba. É que perdi as oportunidades que surgiram para morar fora, num
lugar civilizado. Ou perdi ou não aconteceram, não estou certo. Patriotismo é
uma bobagem – que o digam nossos incultos jogadores de futebol. Quanto a falar
mal daqui, acredito ter razões incontestáveis para isso.
Voltando ao ‘Politicamente
Correto’, estou com saudade de escrever ‘cego’, ao invés de deficiente visual;
de escrever e falar ‘crioulo’ em vez de afrodescendente; de chamar de ‘bichas’
os homossexuais que agem como libélulas deslumbradas. Anedotas e piadas perdem
a graça se contadas de maneira politicamente correta. Garanto que a maioria dos
brasileiros concorda comigo, exceto, é óbvio, os alvos das brincadeiras ou do
racismo, que nunca vai deixar de existir.
Eu não sinto, enquanto
branco, nenhuma responsabilidade pela escravidão. Ela foi, como falei em outros
artigos, culpa dos próprios negros que vendiam seus irmãos de raça para os
europeus. Não acho que tenhamos que pagar aos negros qualquer indenização pelo
passado que não vivi. Só para completar, muitos povos escravizavam seus semelhantes brancos, e ninguém ficou complexado.
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