OS CASAMENTOS MODERNOS SÃO CHEIOS DE SURPRESAS E DECEPÇÕES. TANTO NO COMEÇO COMO NO FIM. E A CULPA NÃO É DA INTERNET. É SUA!
REFLEXÕES SOBRE O CASAMENTO
O casamento deixou de ser atraente. Está
faltando um apelo qualquer, não sei exatamente o que é. Acho que o sucesso do
matrimônio se devia ao fato de se tratar de uma prisão. Em tempos idos – mas
não tão longínquos, casar não precisava de coragem. Todo mundo queria casar,
precisava casar. Ainda nos anos 1960, ser macho era pré requisito de quem
separava. A partir daí, sua vida virava de cabeça para baixo. As meninas até
iam para a cama com você, mas não queriam casar. Você era um desquitado, figura
jurídica que não existe mais. Era discriminado, uma espécie de fruto proibido
que não podia amar.
A pílula e o divórcio trouxeram a
liberdade moral, que precisava andar de mãos dadas com a física. Foi quando
quem andava “olhando de lado” voltou a ter boa cotação no mercado afetivo. A
juventude de hoje não sabe o que era ser um pária afetivo. Felizmente. Conheci
meninas que praticavam o coito anal para não perder a virgindade. Antes de
meados dos anos 1970, vivemos uma “Era Vitoriana”.
A igreja, como sempre, estava errada. Não
foi o divórcio que libertou as pessoas. Foram as leis e os contratos
específicos sobre divisão de bens que causaram esse ‘casa e separa’ atual. As mulheres continuam preferindo casar, mas
já aceitam apena ‘viver com’. A maioria, apesar das exceções, sente orgulho em
exibir um homem como “seu”. Sentem-se mais confiantes, ou bem sucedidas – sei
lá o quê. Mesmo as que alcançaram a independência financeira. É como se um
homem lhes conferisse maior dignidade. Isso deve mudar com o tempo. Ou não.
Dois tabus estão sendo desmistificados. Um
deles é a ideia equivocada de que filhos unem o casal; no máximo, prendem duas
pessoas por algum tempo. O outro é que, para ser feliz basta ‘um amor e uma cabana’;
precisa de dinheiro também, para que o amor resista mais um pouco – e retarde a
vontade de separação: ela chega sempre. Mas não pode ser dinheiro em demasia,
pois ele acelera o processo de desgaste da união.
Assim como os contratos de trabalho
deveriam ser individuais, específicos, os casamentos deveriam seguir regras
determinadas não pela lei, mas unicamente pelos interessados. Talvez dentro de um ou dois séculos, a ordem
social afetiva encontre seu rumo certo. Até lá, é melhor não casar.
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