terça-feira, novembro 18, 2014

VOU NASCER DE NOVO

Não sou um repórter sem ideias. Eu tenho muitas, o que me falta é escolher uma linha de produção de notícias e pensamentos. Preciso escolher outro caminho, um novo caminho. Sei que vou perder leitores, os que preferem uma anedota de fácil compreensão. Não me importa. Não ganho um só centavo para escrever. Enquanto isso, há gente ganhando para escrever besteiras e coisas óbvias.


  ESTÁ EM GESTAÇÃO UM NOVO CAPETA

  Eu adoro escrever, mas sinto-me desmotivado. Quem me acompanhou nestes dois anos de escritos quase diários, sabe que detesto mentiras. Mas ninguém vive sem elas. Minto mais pessoalmente do que por escrito. Quando escrevo, posso ser tendencioso, mas mentir, não lembro.

  O que mais contribui para a mentira? Essa é fácil. As regras morais causam as mentiras, pois quase todas são contrárias aos nossos desejos, além de desafiarem o senso comum. São, regras baseadas em uma moral utópica, cada qual dependendo da sua geografia. Daí a origem da expressão “choque cultural”, que ocorre quando mudamos para outro país ou quando nos unimos à outra pessoa que está em outro degrau da evolução. Até os animais ditos irracionais escolhem parceiros conforme uma ‘seleção natural’, que evolui lenta e gradualmente. 
Somos como esse cara da foto à direita: estressados

  Você se imagina vivendo na Síria? Ou no Afeganistão? Ou no Iraque? Não daria certo, eu sei. Se bem que, em matéria de segurança, o Brasil está muito próximo desses países quase bárbaros. No entanto, o brasileiro é, na sua essência, um anarquista. Detestamos obedecer leis, sejam boas ou ruins.  
  Por tudo isso, o Brasil está ficando inadministrável. Talvez por causa dessa miscigenação de raças e culturas. Uma prova disso é a reeleição de Dilma. Mas não entre em pânico: nos outros países a merda é a mesma. Os americanos não reelegeram o George Bush?

  Cada dia fico mais próximo das ideias do Levitt, autor de “Freakonomics”, um dos melhores livros escritos até hoje, que nos mostra que nada é o que parece. Custamos a enxergar o óbvio ululante, porque gostamos de coisas complicadas – e fáceis. Somos preguiçosos.


  Estou buscando um novo foco para meus escritos. Não me faltam ideias, mas me falta decidir sobre o formato. Enquanto isso, evitarei falar sobre esses políticos cretinos e desmoralizados, que tanto atrasam nosso desenvolvimento, nossa progressão moral.  




Se você observar bem, chegará à conclusão de que viver no Brasil está cada vez mais difícil. Rir da própria desgraça e fazer piadas com o que não tem a menor graça tornou-se uma característica do brasileiro.

  

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