Não sou um repórter sem ideias. Eu tenho muitas, o que me falta é escolher uma linha de produção de notícias e pensamentos. Preciso escolher outro caminho, um novo caminho. Sei que vou perder leitores, os que preferem uma anedota de fácil compreensão. Não me importa. Não ganho um só centavo para escrever. Enquanto isso, há gente ganhando para escrever besteiras e coisas óbvias.
ESTÁ EM
GESTAÇÃO UM NOVO CAPETA
Eu adoro
escrever, mas sinto-me desmotivado. Quem me acompanhou nestes dois anos de escritos
quase diários, sabe que detesto mentiras. Mas ninguém vive sem elas. Minto mais
pessoalmente do que por escrito. Quando escrevo, posso ser tendencioso, mas
mentir, não lembro.
O que mais contribui para a
mentira? Essa é fácil. As regras morais causam as mentiras, pois quase todas são
contrárias aos nossos desejos, além de desafiarem o senso comum. São, regras
baseadas em uma moral utópica, cada qual dependendo da sua geografia. Daí a
origem da expressão “choque cultural”, que ocorre quando mudamos para outro
país ou quando nos unimos à outra pessoa que está em outro degrau da evolução. Até
os animais ditos irracionais escolhem parceiros conforme uma ‘seleção natural’,
que evolui lenta e gradualmente.
Somos como esse cara da foto à direita: estressados
Somos como esse cara da foto à direita: estressados
Você se imagina vivendo na
Síria? Ou no Afeganistão? Ou no Iraque? Não daria certo, eu sei. Se bem que, em
matéria de segurança, o Brasil está muito próximo desses países quase bárbaros.
No entanto, o brasileiro é, na sua essência, um anarquista. Detestamos obedecer
leis, sejam boas ou ruins.
Por tudo isso, o Brasil está
ficando inadministrável. Talvez por causa dessa miscigenação de raças e
culturas. Uma prova disso é a reeleição de Dilma. Mas não entre em pânico: nos
outros países a merda é a mesma. Os americanos não reelegeram o George Bush?
Cada dia fico mais próximo das
ideias do Levitt, autor de “Freakonomics”, um dos melhores livros escritos até
hoje, que nos mostra que nada é o que parece. Custamos a enxergar o óbvio
ululante, porque gostamos de coisas complicadas – e fáceis. Somos preguiçosos.
Estou buscando um novo foco
para meus escritos. Não me faltam ideias, mas me falta decidir sobre o formato.
Enquanto isso, evitarei falar sobre esses políticos cretinos e desmoralizados,
que tanto atrasam nosso desenvolvimento, nossa progressão moral.
Se você observar bem, chegará à conclusão de que viver no Brasil está cada vez mais difícil. Rir da própria desgraça e fazer piadas com o que não tem a menor graça tornou-se uma característica do brasileiro.
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