Eles estavam começando a se entrosar. Não acho justo o acaso interferir nesse lindo romance que estava nascendo.
EDUARDO CAMPOS: PERDAS E GANHOS
Eu não pretendia votar em Eduardo Campos. A
bem da verdade, jamais votaria num nordestino. Todos os que vieram de lá e
tiveram sucesso, trouxeram problemas; Sarney, cujo nome original era José de
Ribamar, Renan Calheiros, Fernando Collor e muitos outros, menos lembrados, mas
muito importantes na hierarquia da máfia política.
A morte de Campos me deixou pesaroso, não
exatamente triste. Não existe perda irreparável, pois que ninguém é
insubstituível. Como escreveu Billy Blanco, “o que dá pra rir dá pra chorar”. O
momento é de se ficar ‘bem na foto’ e tentar prever quem perde ou ganha.
Há apenas dois meses da eleição, não vejo
liderança que possa substituir o falecido. Mas, é bom não esquecer: sempre que
alguém perde, alguém ganha. Além dos órfãos de Eduardo Campos, a presidente
Dilma perde, pois a oposição estava dividida, mesmo não sendo em partes iguais.
Quem era oposição, vai continuar sendo. Creio que os votos da dupla
Eduardo-Marina vão parar no PSDB de Aécio Neves, o beneficiário da tragédia.
Não, não foi Deus que assim quis. Para os
crentes, Ele escreveu certo por linhas tortas. Para mim, ateu convicto, foi
obra do acaso imprevisível, imponderável. Coisas da sorte e do azar, como
alguns preferirão dizer. A verdade é que nada explica um acidente do tipo.
Só me resta torcer para que o Aecinho saiba
aproveitar a oportunidade que o destino reservou-lhe. Dilma vai ter mais
trabalho. Os votos de Campos vão migrar para o outro opositor.
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