PANAIR DO BRASIL E OS
MILITARES
Para quem pensa que sou a
favor de um governo militar no Brasil, garanto que não sou. É que muitas vezes,
quando comparo aos governos petistas, sinto um pouco de saudade. Mas passa
logo, garanto. Sou contra qualquer governo autoritário. E sinto saudade da melhor
empresa de aviação do mundo, que foi, por questões políticas, literalmente
tirada do ar, na maior maracutáia a que foi submetido o Supremo Tribunal
Federal em todos os tempos.
Viajei pela Panair pelo Brasil e pelo
mundo, de Catalina a Constellation e DC8, creio que até em DC10. Lembro que
onde você estivesse, no Brasil ou no exterior, qualquer agência da Panair era
como um consulado Brasileiro, mais eficiente do que os consulados do Itamarati.
A Panair possuía aeroportos, a melhor manutenção de aeronaves do país, uma
tripulação que só faltava lhe carregar no colo, um serviço de bordo que nunca
mais veremos. Bem, isso sem falar no time de aeromoças, as mais preparadas,
educadas e bonitas.
O Catalina da foto desbravou a Amazônia e
foi a esperança de milhões de brasileiros, desprezados pelos governos e que só
recebiam atendimento médico, remédios e alimentos através desses aviões que
pousavam nos rios amazônicos.
O Crime dos militares na época, além de
falsificar documentos e emporcalhar a justiça, foi destruir a melhor
representação que o Brasil já teve no exterior. Isso sem falar nos suicídios de
muitos funcionários que, entre milhares, de uma hora para outra, se viram na
miséria. E pensar que toda essa palhaçada nada teve a ver com ideologia e
corrupção.
Eu só voltaria a entrar num avião se ele
tivesse a bandeira da Panair, mesmo que a empresa recomeçasse com uma ou duas
aeronaves, e mantivesse a filosofia empresarial que a consagrou.
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