Nem assim ela acreditou.
REFLEXÕES SOBRE A SINCERIDADE
Todos os homens a reclamam, mas ninguém a
pratica. Só quando é conveniente, para beneficiar os próprios interesses. E não
poderia ser diferente. A começar pelo casamento, uma sociedade que deveria ser
limitada, mas que o (bom ou mal?) uso transformou em sociedade anônima. Sobra
apenas a mentira para salvar as uniões. Ou você é dessas que chega a casa e
conta para o seu marido que acabou de transar com o melhor amigo dele? Exagero
meu? Se você pensa assim, é porque não sabe para que servem os amigos. Ou
amigas.
Por falar neles (nos amigos), duvido que
você lhes diga, sinceramente, o que pensa sobre eles, sobre sua família, sobre
o seu caráter – entenda sempre que trata-se deles. A amizade não duraria trinta
segundos após o término de sua sincera avaliação. Não vamos desconsiderar que a
recíproca é verdadeira. Vargas Vila, o grande escritor e filósofo tão pouco
conhecido, escreveu em um dos seus livros: “A independência isola, a verdade contraria, a coragem espanta. Todo homem
corajoso, sincero e independente tem contra si a liga dos servis”.
Millôr Fernandes, com suas sábias
palavras, nos mostra o motivo de mentirmos tanto. “Quando se mostra que nada é
o que parece, o mundo vem abaixo. Moral: só a hipocrisia garante a
tranquilidade social”. Quando você se casa por interesse financeiro, nunca
poderá ser sincero. Na verdade, você só deve acreditar na metade do que vê, e
em nada do que ouve. A mentira é a grande arma da sobrevivência.
A única chance do ser humano ser
verdadeiro sempre é perdendo o dom da fala. A linguagem é uma fonte de mal
entendidos. A maior delas.
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