Profetas anunciam o fim do mundo. Eu creio que o mundo 'precisa' acabar - quanto mais cedo, melhor. Como está, não dá para continuar.
ESTAMOS CONFUSOS
Meu amigo Pascácio, dia desses,
confidenciou: “Ando um tanto confuso. Não estou certo se o mundo perdeu a
graça, ou se apenas eu perdi a vontade de rir”. Após ouvi-lo por mais de uma
hora, fiquei com a mesma dúvida que ele. O problema está em nós? Ou é o mundo
que precisa mudar?
Observe, caríssimo leitor, que tudo se
repete a cada ano que passa. A monotonia está presente em tudo e em todos. Dois
sexos já não são suficientes para satisfazer nosso desejo luxuriante. Dinheiro,
por mais que tenhamos, nunca é o bastante para nossas necessidades. O
conhecimento precisa ser atualizado anualmente; hoje, quando sentamos numa
carteira escolar, já sabemos que nunca mais nos veremos livres dela; pelo menos
até morrer. É que tudo muda, todas as ciências trazem novidades sem que
tenhamos tido tempo para digerir as últimas. A própria ‘história’, ultimo
bastião das coisas imutáveis, nos mostra que não sabíamos o que acreditávamos
saber; tudo aconteceu diferente do que nos ensinaram. É uma loucura.
Em meio a tudo isso, coisas que julgávamos
simples de entender se mostram complicadas. O casamento é uma delas. E as
famílias? Nem vou me aprofundar nesse assunto – alguém sabe quem compõe uma
família?
Enquanto isso, o drama da existência
permanece o mesmo, com problemas idênticos, diferentes apenas na linguagem. Somos
vítimas do nosso próximo, que é mais perigoso quanto mais próximo está de nós.
A poesia é o gênero literário que nos faz viajar por alucinações momentâneas,
em geral românticas e que servem para nos guiar a perseguir um ideal que não
existe.
Esgotaram-se todas as filosofias. Nada
pode nos ajudar a viver melhor. E ainda assim ficamos temerosos que o mundo
acabe. Bem, eu não fico. Por mim, que o planeta exploda. Minhas convicções
dissiparam-se. Viraram pó. Custa-nos muito mudar de opinião. Casar é ruim. Ter
filhos é pior, muito pior. Mas o que explica o fato de tentarmos sempre nos dar
bem em situações que comprovadamente são inadequadas ao nosso modo de ser? Deve
ser a velha mania de tentar ter sucesso onde todos fracassaram. Queremos e
pretendemos ser melhores que os outros, mas a diferença está apenas no modo de
agir e reagir. De resto, a humanidade não presta.
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