terça-feira, fevereiro 26, 2013

O FIM DE TUDO

Profetas anunciam o fim do mundo. Eu creio que o mundo 'precisa' acabar - quanto mais cedo, melhor. Como está, não dá para continuar.
 
 
     ESTAMOS CONFUSOS
 
     Meu amigo Pascácio, dia desses, confidenciou: “Ando um tanto confuso. Não estou certo se o mundo perdeu a graça, ou se apenas eu perdi a vontade de rir”. Após ouvi-lo por mais de uma hora, fiquei com a mesma dúvida que ele. O problema está em nós? Ou é o mundo que precisa mudar?
 
     Observe, caríssimo leitor, que tudo se repete a cada ano que passa. A monotonia está presente em tudo e em todos. Dois sexos já não são suficientes para satisfazer nosso desejo luxuriante. Dinheiro, por mais que tenhamos, nunca é o bastante para nossas necessidades. O conhecimento precisa ser atualizado anualmente; hoje, quando sentamos numa carteira escolar, já sabemos que nunca mais nos veremos livres dela; pelo menos até morrer. É que tudo muda, todas as ciências trazem novidades sem que tenhamos tido tempo para digerir as últimas. A própria ‘história’, ultimo bastião das coisas imutáveis, nos mostra que não sabíamos o que acreditávamos saber; tudo aconteceu diferente do que nos ensinaram. É uma loucura.
 
     Em meio a tudo isso, coisas que julgávamos simples de entender se mostram complicadas. O casamento é uma delas. E as famílias? Nem vou me aprofundar nesse assunto – alguém sabe quem compõe uma família?
 
     Enquanto isso, o drama da existência permanece o mesmo, com problemas idênticos, diferentes apenas na linguagem. Somos vítimas do nosso próximo, que é mais perigoso quanto mais próximo está de nós. A poesia é o gênero literário que nos faz viajar por alucinações momentâneas, em geral românticas e que servem para nos guiar a perseguir um ideal que não existe.
 
     Esgotaram-se todas as filosofias. Nada pode nos ajudar a viver melhor. E ainda assim ficamos temerosos que o mundo acabe. Bem, eu não fico. Por mim, que o planeta exploda. Minhas convicções dissiparam-se. Viraram pó. Custa-nos muito mudar de opinião. Casar é ruim. Ter filhos é pior, muito pior. Mas o que explica o fato de tentarmos sempre nos dar bem em situações que comprovadamente são inadequadas ao nosso modo de ser? Deve ser a velha mania de tentar ter sucesso onde todos fracassaram. Queremos e pretendemos ser melhores que os outros, mas a diferença está apenas no modo de agir e reagir. De resto, a humanidade não presta.
 


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