sábado, janeiro 03, 2015

O ABRAÇO DA MORTE

Quando Michael Corleone abraçou seu irmão (foto), a sentença de morte já havia sido decidida. Só faltava escolher o momento certo para a execução. 


  DO QUE VOCÊ É CAPAZ?

  Ninguém, nem mesmo você, pode imaginar. No meu modo de ver as coisas, acredito que Hitler jamais pensou que seria esse louco que foi. Ele era um simples soldado na primeira grande guerra, que combatia no front. Nessa época, não havia a menor perspectiva de quem ele viria a ser. Poderia ter morrido, como muitos dos seus pares. Uma vez mais, sorte e azar entraram em ação. E ele chegou onde chegou.

  Um caso que todos conhecemos é a história do “Poderoso Chefão”, o Michael Corleone – uma mistura de realidade e ficção. Quanto de mais realidade e de mais ficção? Jamais saberemos, como jamais saberemos quem mandou matar Kennedy. Michael era um homem pacato, herói de guerra condecorado, que nunca se meteu em encrencas. Seu pai o queria na política, um senador ou governador. Seria para limpar o nome da família, tirando-a da ilegalidade. Mais uma vez o imponderável tomou as rédeas dos acontecimentos e ele foi guiado para substituir seu pai, velho e doente. Nem ele seria capaz de prever no que se tornaria: um assassino impiedoso, que não poupou ninguém. Pelo modo como os acontecimentos se sucederam, não há como culpá-lo. Ele não conseguiu mudar o rumo das coisas.

  O que estou querendo provar é que nada é previsível. Nossa mente está aberta a todas as possibilidades, boas ou más. O fato de eu ou você aparentemente não podermos sequer ver sangue, não quer dizer que não possamos matar, com maior ou menor ferocidade. Na vida, uma coisa leva à outra, como um redemoinho. É a ‘roda da vida’, que nunca para de girar.
  Conheci pessoas realmente honestas, que tiveram oportunidade de roubar e ... Roubaram.

  É óbvio que todos temos tendências e pendores, que facilitam uma previsão do que poderemos vir a ser. Mas tendências não são determinantes. Conheci brigões na adolescência, que nunca brigaram na vida adulta. Mas, em se tratando de matar, mentir e roubar, todos somos capazes. É questão de conveniência.

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